Publicado em 03/08/2021 às 12h48.

Sem voto impresso, Bolsonaro quer o quê? Ele é ditador? Coisa mais triste…

Tem apoio de evangélicos, líderes do agronegócio e centrão; tem também o Exército para botar na rua? Esse é o xis da questão

Levi Vasconcelos
Foto: Presidência da República
Foto: Presidência da República

 

Quando se pensa que Bolsonaro esgotou seu vasto cabedal de despautérios, ele vem com mais uma bombástica: ‘Sem eleições limpas e democráticas, não teremos eleições’. Ou seja, sem o voto impresso, razão da manifestação em que ele falou, nada de eleição.

Vá lá que Bolsonaro também é mestre em dizer e depois se desdizer. Mas no caso em apreço, sugere que a vontade pessoal dele paira sobre todo o aparato institucional estabelecido, o mesmo pelo qual ele chegou ao poder.

Tudo indica que não teremos voto impresso. Nem o Congresso dá sinais de que quer aprovar nem dá tempo, dentro de um ano, remodelar toda a parafernália tecnológica. E daí? O que Bolsonaro vai fazer? Vai dar o golpe?

Turbulências

Bom ressalvar sempre que partidários de Donald Trump invadiram o Capitólio, o parlamento de lá, para tentar tumultuar a vitória de Joe Biden. Domingo (1), nas manifestações pró-Bolsonaro, alguém estampou a faixa: Supremo é o povo.

Se nos EUA, a vedete da democracia, foi assim, os sinais cá são de que teremos turbulências. Quinze ex-presidentes do TSE (incluindo o atual, Luís Barroso) saíram ontem em defesa da lisura do processo eleitoral, assinando um manifesto.

Bolsonaro hoje tem apoio dos evangélicos, de líderes do agronegócio, do centrão e dos aliados de sempre.

Tem também o Exército para botar na rua? Esse é o xis da questão. O resto é pouco.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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