Publicado em 31/03/2016 às 15h49.

Senadores pedem na PGR perda de função pública de Dilma e Wagner

Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e José Medeiros (PSD-MT) acusam petistas de negociar troca de votos contrários ao processo de impeachment no Congresso

Agência Estado
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Os senadores Ricardo Ferraço (PSDB-ES) e José Medeiros (PSD-MT) ingressaram na tarde desta quinta-feira (31) com uma representação na Procuradoria Geral da República contra a presidente Dilma Rousseff e o ministro-chefe do gabinete pessoal da presidência, Jaques Wagner, “em razão da possível prática de ato de improbidade administrativa” por conta da negociação do governo junto ao Congresso em troca de votos contrários ao processo de impeachment.

Na representação, também assinada pela representante da Aliança Nacional dos Movimentos Democráticos, Carla Zambelli, os senadores pedem a imediata abertura de inquérito civil administrativo e, caso seja comprovada a culpabilidade dos representados, a aplicação do art. 12, inciso III da Lei 8 429/92, que prevê a perda da função pública e suspensão dos direitos políticos por um prazo de três a cinco anos.

Desde o desembarque do PMDB, na última terça (29), deputados e senadores, principalmente de partidos cujos parlamentares não são unanimidade sobre a questão do impeachment, têm sido assediados por membros do governo para se manter na base aliada.

Na Câmara, fala-se que o governo abriu a “barraca na feira” para negociar cargos em troca de apoio para garantir o mínimo de 171 votos na votação do impeachment no plenário.

Os autores argumentam que recentes declarações feitas pelo ministro Jaques Wagner, de que o governo estava sendo repactuado e a saída do PMDB abriria espaço para “um novo governo”, revelam “explicitamente a adoção de práticas de inspiração política, porém lastreados em atos jurídico-administrativos eivados do mais aparente desvio de finalidade, sob a orientação e em cumprimento a determinação direta da presidente Dilma”.

Para os senadores, as condutas de Dilma e Wagner podem ser enquadradas no art. 11, inciso 1º da mesma Lei 8.429/92, que prevê a prática de “ato visando fim proibido em lei ou regulamento ou diverso daquele previsto, na regra de competência”.

“Na perspectiva de recompor a base de apoio do governo no Congresso Nacional e, dessa forma, recobrar o fôlego na tentativa de evitar o impedimento da presidente da República, o Governo Federal, por meio do chefe do Poder Executivo e do referido ministro Jaques Wagner, saiu declaradamente em busca de novos partidos e/ou parlamentares avulsos dispostos a aceitar cargos em troca de voto favorável à presidente no processo do impeachment”, argumentam os autores da representação.

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