Publicado em 28/06/2016 às 09h08.

Servidor público candidato entre as cobaias de 2016

Agora, o prazo das convenções vai de 20 de julho a 5 de agosto, mas o de afastamento do servidor continua os mesmos três meses

Levi Vasconcelos

Frase da vez

“Só há uma coisa pior que estar na boca do povo; é ser simplesmente ignorado”.

Oscar Wilde, escritor e poeta britânico (1854-1900)

(Foto: Banco de Imagem do TSE).
(Foto: Banco de Imagem do TSE).

 

Dizem os especialistas em direito eleitoral que os candidatos de 2016 serão cobaias, ou bucha de canhão, como prefere Ademir Ismerin, um dos grandes expoentes entre os tais.

A questão é simples: é impossível fazer campanha com as limitações impostas pela lei. Não podem doações de empresas privadas e mesmo de pessoas físicas e os gastos não podem ultrapassar 70% da campanha mais cara em 2012.

Vê-se, de saída, não há como cumprir. Até porque tradicionalmente os candidatos puxam os gastos para baixo. Ou seja, mentem.

Daí é que se prevê a eleição mais judicializada de todos os tempos.

A reforma eleitoral foi feita a toque de caixa, sob a batuta de Eduardo Cunha. E deixou outras brechas curiosas. Por exemplo, os funcionários públicos que pretendem se candidatar.

Anteriormente, a lei previa que eles deveriam se afastar três meses antes do pleito. Como o prazo das convenções partidárias era até o fim de junho, o interessado levava uma cópia da ata e tudo bem.

Agora, o prazo das convenções vai de 20 de julho a 5 de agosto, mas o de afastamento do servidor continua os mesmos três meses (a eleição será em 2 de outubro).

O que se adotou para solucionar o caso é mais um jeitinho brasileiro: o servidor se afasta e se compromete posteriormente a levar uma cópia da ata.

A questão: e se ele não for homologado na convenção, quem paga os dias parados?

Sabe lá Deus.

Adiante voltaremos ao assunto.

(Foto: Dênio Simões/Agência Brasília).
João Leão, vice-governador da Bahia, apresenta as demandas da Bahia ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e ao presidente interino da República, Michel Temer, em Brasília (Foto: Dênio Simões/Agência Brasília).

 

Amigo Rui

João Leão, o vice-governador que, na semana passada, foi ao encontro de Michel Temer com os governadores representando Rui Costa (que tinha um compromisso em Fortaleza), voltou de Brasília dizendo que não há rusgas por conta das questões políticas.

— Temer disse que nada tem contra Rui. E que ele pode aparecer na hora que bem entender. Os dois foram colegas na Câmara.

Efeito crise

Na série de estudos que realiza, visando conter gastos, Marcelo Nilo (PSL), presidente da Assembleia, estuda a possibilidade de adotar o turnão já a partir de julho.

Com isso, espera poupar ar condicionado, cafezinho e restaurante.

Tirando o time

O poeta Antonio Lins até se empolgou com a ideia de ir para a Fundação Nacional da Arte (Funarte), mas tirou o time.

Tomou conhecimento que a Funarte é uma bucha. Deve a fornecedores e produtores culturais a bagatela de R$ 400 milhões:

— Deixo a missão para algum suicida de plantão. Cultura não é e nunca foi prioridade de governo algum. Sempre foi assim e assim será.

Barra pesada

Uma cidadã, que teve a casa assaltada em Barra do Pote, procurou a Delegacia de Vera Cruz, uma lástima: só tinha um agente com um computador enguiçado que se queixava das três viaturas quebradas, nada podia fazer.

Quis ir ao sanitário, se arrependeu. Deu meia-volta e foi embora, roubada e arrasada.

Todos contra Tato

Por baixo da pompa que marcou a transferência do governo baiano para Cachoeira, rolou intenso tititi sobre a disputa eleitoral da histórica cidade, que se prepara para viver em 2016 um duelo ímpar.

Lá, todo mundo está se unindo em torno de João Mascarenhas (PSD) para enfrentar Tato Pereira (PSDB), que durante oito anos comandou o município com mão de ferro.

Até o prefeito Carlos Pereira (PP), que é sobrinho de Tato e por ele foi apoiado, rompeu e está no time dos inimigos.

Perigo na estrada

Aliás, já que Rui Costa andou na área, seria bom dar uma olhadinha na BA-422, que liga Cachoeira a Santo Amaro. Em vários trechos, há depressões onde a terra cedeu.

O perigo é visível. À noite, pior.

A crise é outra

Listados pelo jornal Folha de São Paulo como integrantes da lista dos 15 executivos baianos que não vão tentar a reeleição por conta da crise econômica, Claudevane Leite (PRB), de Itabuna, Ademar Delgado (PCdoB), de Camaçari, e Tânia Brito (PP), de Jequié, viraram motivo de galhofa nas redes sociais.

Nos três casos, se diz que a crise que eles vivem não é a do país e sim a deles próprios. Trocando em miúdos: nem que queiram, teriam chances na urna.

Museu de Arte da Bahia (Foto: Divulgação).

 

Debate no museu

O Museu de Arte da Bahia lança amanhã (19h) o Projeto Discutindo o Brasil. É um ciclo de palestras sobre as mudanças promovidas pelo governo interino de Michel Temer.

No primeiro dia, as secretárias Vera Lúcia Barbosa (Igualdade Racial) e Olívia Santana (Mulheres). O diretor Pedro Arcanjo está otimista quanto ao sucesso.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.