Publicado em 29/03/2020 às 13h48.

Thomé chegou a Salvador há 471 anos numa boa. Problema é voltar

Para quem já esperou tanto tempo, é só esperar o corona passar...

Levi Vasconcelos
Animação: Casa de Portugal
Animação: Casa de Portugal

 

29 de março de 1549 foi o dia em que o português Thomé de Souza desembarcou no Porto da Barra para iniciar a fundação de Salvador. Hoje isso completa 471 anos. Nada a festejar. O corona jogou areia no brinquedo.

Por ironia do destino, as tratativas finais para trazer de volta a Salvador os restos mortais de Thomé de Souza, o fundador, também foram atropeladas pelo corona.

Veja. A ideia de trazer Thomé de volta é do advogado Ademir Ismerim, que agregou na causa o deputado federal Antonio Brito (PSD), presidente do Grupo Parlamentar Brasil-Portugal, e o vereador Henrique Carballal (PV). O grupo teria uma uma audiência com o ministro Ernesto Araújo, das Relações Exteriores, dia 17. Veio o corona e puf. A audiência foi adiada.

Longa espera

Ismerim, que luta pela volta de Thomé há mais de dez anos, já foi em Portugal, viu o túmulo de Thomé numa igreja abandonada em Vila Franca de Xirra, documentou tudo e viu que só, não dava. Pediu ajuda:

— Eu sou entusiasta da causa, mas não tenho moral. Por isso pedi ajuda. O processo é lento mesmo. O único traslado de restos mortais da história do Brasil foi no sesquicentenário da independência, quando trouxeram Dom Pedro I.

A estátua de Thomé, que hoje está na Praça que leva o seu nome, onde ficam a Câmara e a Prefeitura, será o depositário dos restos do fundador. Para quem já esperou tanto tempo, é só esperar o corona passar…

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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