Publicado em 04/03/2016 às 10h34.

‘Toda organização criminosa possui comando’, diz procurador

Procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou que há evidências de que o ex-presidente Lula, alvo da 24ª fase da Lava Jato, recebeu vantagens sem “motivação plausível"

Rodrigo Aguiar
04032016 entrevista coletiva pf operacao aletheia procurador lula
Foto: Reprodução / YouTube

 

Em entrevista coletiva para falar sobre a 24ª fase da Lava Jato – que teve como alvo principal o ex-presidente Lula – o procurador Carlos Fernando dos Santos Lima afirmou, nesta sexta-feira (4), que “toda organização criminosa certamente possui um comando” e que há evidências de que o petista e sua família receberam vantagens sem “motivação plausível para o pagamento”.

O ex-presidente foi levado para depor pela Polícia Federal, que cumpriu mandado de condução coercitiva (quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento). Lima acrescentou que a “organização criminosa” continuou atuando mesmo após a prisão de integrantes da cúpula de tal organização, como o ex-ministro José Dirceu. “Não há ninguém isento de investigação no país”, disse o procurador, ao revelar que 60% dos doadores do Instituto Lula entre 2011 e 2014 são as cinco maiores empreiteiras envolvidas na Lava Jato.

De acordo com Lima, a atuação da Polícia Federal e do Ministério Público Federal não é política. Ele diz que a força-tarefa da Lava Jato tentou agir da forma “mais silenciosa possível”, sem marcar uma oitiva com antecedência, devido ao grau de polarização política existente no país. “Queríamos evitar maiores manifestações a favor ou contra e, ao contrário do que muitos dizem, os vazamentos não nos interessam, porque facilitam a destruição de provas”, declarou.

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