Publicado em 18/04/2019 às 12h36.

Três erros memoráveis da PF com baianos: Honorato, Colbert e Márcio

Dois correm atrás de reparar a reputação chamuscada, um perdeu a vida. Para os três, nada fica como era antes

Levi Vasconcelos
Foto: Divulgação/PF
Foto: Divulgação/PF

 

O leitor Juliano Rios Correia, da Pituba, pergunta por que ontem, falando do caso do deputado Zé Cocá, afirmamos que a PF não merece tanta fé, ‘que o digam Colbert Martins e Antonio Honorato’. Porque a PF cometeu três atos envolvendo baianos indignos das melhores tradições de uma boa polícia. Veja-os:

1 — Honorato — Em 22 de novembro de 2007, Antonio Honorato, conselheiro do TCE, então presidente, figura de trajetória ilibada, foi preso, passou 11 horas algemado, levado para Brasília onde ficou quatro dias preso acusado de integrar uma organização criminosa que fraudava licitações. Só sete anos depois foi julgado e declarado inocente.

Vai acionar o Estado por danos morais? Honorato ficou tão traumatizado com o episódio que não gosta nem de falar.

— Sei lá. Isso é com meus advogados.

2 — Colbert — Colbert Martins, hoje prefeito de Feira de Santana, também figura de reconhecida conduta ilibada, era secretário do Ministério do Turismo, foi preso em São Paulo dia 9 de agosto de 2011, levado algemado para Macapá, por ter assinado pagamento de um caso que vinha sendo investigado desde 2009 quando ele só tinha três meses no cargo. Até hoje ele espera ser julgado para acionar o Estado por danos morais.

— Tanto tempo e o processo não anda. Não me julgam.

3 — Márcio — Na Operação Aratu, cujo alvo era uma quadrilha que desviava cargas no Porto de Aratu. Num prédio do Condomínio Parque das Orquídeas, em Pau da Lima, a PF foi prender um dos acusados que morava no 104. Bateu na porta errada, o do 04, e acabou matando o morador, o motorista Márcio Neri Santos, 35 anos, que nada tinha a ver.

Já viu isso, alguém arrombar a sua porta e matá-lo só porque você era vizinho de um acusado?

Dois correm atrás de reparar a reputação chamuscada, um perdeu a vida. Para os três, nada fica como era antes.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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