Publicado em 13/07/2020 às 11h49.

Wassef: ‘Não sou bomba coisa nenhuma. Sou leal, amo o presidente’

Ex-advogado de Jair e Flávio Bolsonaro diz que, se realmente falasse todos os segredos que sabe, o mandatário seria eleito em 1º turno em 2022

Redação
Advogado Frederick Wassef
Imagem: Reprodução/TV Globo

 

Frederick Wassef, ex-advogado do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e do seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), nega que seja um “homem-bomba”, com potencial de implodir politicamento o atual chefe do Executivo.

“Não sou bomba coisa nenhuma. Sou leal, amo o presidente. Se realmente falasse todos os segredos que sei do presidente Bolsonaro, se eu pudesse falar tudo que sei dele, da nossa relação dos últimos seis anos, sabe qual seria a consequência? Bolsonaro eleito em primeiro turno em 2022”, declarou em entrevista concedida à Folha de S. Paulo na última sexta (10), em um centro comercial a 10 km do Palácio do Planalto, em Brasília.

De acordo com o jornal, sem máscara na ocasião, Wassef  não parava de fumar, “ziguezagueava” ao falar de sua relação com os Bolsonaro e demonstrou sentimentos conflitantes ao falar de Fabrício Queiroz, preso em 18 de junho, em sua residência em Atibaia, ninterior de São Paulo.

Wassef tem repetido que é vítima de armação e fake news daqueles que têm como objetivo prejudicar o presidente.

Na entrevista, diz que tudo o que fez foi permitir que um simples averiguado, no caso Queiroz, usasse uma de suas casas para escapar de um suposto plano de assassinato e que tivesse paz no tratamento de um câncer.

Para o advogado, o amigo de Bolsonaro foi no mínimo descuidado ao participar de festas, almoços e levar estranhos para o imóvel sem o seu conhecimento.

“Se ele [Queiroz] está ali, em busca de paz, privacidade, para cuidar da saúde e não ser um lugar público para que não o assassinem, é óbvio que a pessoa tem que ter o mínimo de bom senso e o mínimo de cuidado. Coisa que ao tudo indica ele não teve.”

Queiroz é investigado por participar de um suposto esquema de “rachadinha” no gabinete do filho de Fláio, quando este era deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Depois de passar 22 dias detido no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, o ex-PM cumpre prisão domiciliar desde a última sexta (10), após decisão do presidente do Superior Tribunal de Justiça, o ministro João Otávio de Noronha. Foragida até então, a esposa de Queiroz, Márcia Aguiar, também foi beneficiada e já está na companhia do marido.

De acordo com Wassef, “Queiroz não teve o devido cuidado” ao enviar imagens da casa pelo WhatsApp. À Folha, o advogado diz que não permitiria que Queiroz ficasse na casa se soubesse dos amigos que levou para lá. Mesmo contrariado, afirma não se arrepender de ter oferecido abrigo ao ex-assessor dos Bolsonaros.

 

 

 

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