Publicado em 02/04/2016 às 09h20.

Estudantes fazem ‘turbantaço’ em apoio a colega

Aluna do Colégio Estadual Costa e Silva, Laís de Jesus, foi impedida de assistir aulas por estar usando um turbante

Redação
;Foto Lailson Silva- Facebook
Foto: Laílson Silva- Reprodução Facebook

 

Um grupo de estudantes da Escola Estadual Costa e Silva, no bairro da Ribeira , em Salvador, realizaram um ‘turbantaço’ para apoiar a colega Laís de Jesus que foi impedida de entrar na escola para assistir aulas na ultima sexta-feira (1º) por estar usando um turbante amarrado na cabeça.

Aluna do 3º ano do ensino médio, Laís, diz em desabafo compartilhado nas redes sociais, que o vice-diretor, identificado somente como Celso, a abordou no portão e barrou sua entrada, depois de perguntar porque ela usava um turbante. “Eu disse: coloquei porque quis, senti a vontade”. O vice-diretor respondeu que o uso da peça só era permitida em caso de motivo religioso, alegando que “a escola não é carnaval e não posso permitir um aluno entrar com cabeça coberta”. Laís afirmou que estava sendo racialmente discriminada.

O diretor de combate ao racismo da Associação de Grêmios Estudantis de Salvador (Ages) se manifestou em nota: “É lamentável que em tempos onde a auto afirmação de costumes afros se torna cada vez mais respeitado e visível em nossa sociedade, um gestor de escola querer proibir uma estudante de ter acesso a unidade escolar por causa de seu turbante”, diz Ralph Oliveira. “Eles já não nos garantem o que é por direito nosso que é o cumprimento da lei 10.639/03 da Afroeducão na rede publica de ensino e agora quer nos impedir, não passarão”.

Foto: Reprodução Facebook
Foto: Reprodução Facebook

A Secretaria de Educação do Estado afirmou que as regras sobre o fardamento dos estudantes seguem a Portaria 0557/2011 e que a aluna resolveu se retirar ao ser questionada pelo uso do turbante. “O vice-diretor questionou os motivos dos estudantes utilizarem o fardamento escolar de forma descaracterizada e a estudante em questão alegou satisfação própria. O vice-diretor orientou sobre uso do uniforme padrão e a estudante decidiu, por conta própria, retirar-se da escola”, diz a secretaria. O vice-diretor não foi localizado para comentar o caso.

Com informações do Correio

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