Publicado em 01/03/2016 às 12h00.

PMs suspeitos de torturar jovem são afastados das ruas

Moisés Gonçalves foi à sede da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos do Estado da Bahia, na segunda-feira, para denunciar a tortura pela qual passou

Redação
Os dois policiais militares que foram denunciados por tortura pelo serralheiro Moisés Gonçalves, 18 anos, foram afastados pela corporação do trabalho nas ruas e fazem atividades administrativas, segundo comunicado da Polícia Militar divulgado nesta terça-feira (1º). A vítima, moradora de Itinga, em Lauro de Freitas, foi colocada pelos PMs, que estavam em trajes civis, na mala de um carro na última quarta-feira (24). A ação foi registrada em vídeo (veja abaixo).
Em depoimento na última segunda-feira (29), na Secretaria de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Estado da Bahia (SJCDH), o serralheiro Moisés Gonçalves falou sobre os medos que ele e sua família têm enfrentado após os momentos de terror vividos na quarta. “Eu, minha mãe e minha família inteira não conseguimos sair na rua. Não consigo comer direito, não consigo dormir, pensando nesse negócio”, relatou Moisés, em reportagem do G1 Bahia.

A PM informou também que a Corregedoria irá apurar administrativamente a conduta dos policiais militares que prenderam Moisés. O jovem esteve na sede da SJCDH para denunciar a tortura. Conforme o relato, o jovem foi abordado por dois PMs não fardados no condomínio Quinta da Glória, no bairro de Itinga, por volta das 15h, colocado no porta-malas de um carro e levado para um matagal, onde foi espancado e torturado. Depois, foi encaminhado para a 27ª Delegacia (DT/Itinga) e liberado após a polícia constatar que não havia qualquer registro contra ele.

A Superintendência de Apoio e Defesa aos Direitos Humanos, ligada à Secretaria de Justiça, informou que acionará o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e vai acompanhar o resultado do exame de corpo de delito. Moisés poderá ser incluído no programa de Proteção a Vitimas e Testemunhas (Provita).

“Ele vai ter um suporte domiciliar, ele pode ser retirado provavelmente de sua comunidade. O programa permite inclusive, a saída do estado, a depender da situação”, disse a superintendente Anhamona de Brito.

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