Publicado em 12/06/2025 às 21h00.

MP-BA investiga demolição de terreiro de candomblé no Parque de Pituaçu

Inema, responsável pela ação de demolição, alegou que o imóvel estava em situação irregular e localizado em uma Área de Proteção Permanente

Redação
Foto: Reprodução/ MP-BA

 

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) abriu uma investigação para apurar a demolição de um terreiro de candomblé no Parque Metropolitano de Pituaçu, em Salvador. A ação, realizada na última segunda-feira (9) pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema), gerou forte reação de líderes religiosos e movimentos sociais, que denunciam a violação da liberdade de culto e a destruição de um espaço tradicional sem aviso prévio.

Na quarta-feira (11), o MP-BA determinou que o Inema, a Secretaria de Promoção da Igualdade Racial (Sepromi) e a Secretaria de Administração do Estado (Saeb) apresentem esclarecimentos sobre o episódio no prazo de 48 horas.

O Inema alegou que o imóvel estava em situação irregular e localizado em uma Área de Proteção Permanente (APP), com riscos ambientais como contaminação do solo e descarte indevido de resíduos. O órgão afirmou ter notificado os ocupantes em janeiro de 2025 e justificou a demolição como necessária para a preservação da mata atlântica urbana

A ialorixá Naiara de Oya, responsável pelo terreiro, relatou que já havia iniciado o processo de regularização da área, com envio de documentos ao Inema expressando interesse na compra do terreno. Para ela, a ausência de notificação oficial torna a ação ainda mais grave.

A investigação segue em curso, enquanto entidades do movimento negro e representantes de religiões de matriz africana cobram responsabilização e reparação pelo ocorrido.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.