Publicado em 02/12/2015 às 12h05.

Nordeste de Amaralina: família acusa PM de matar inocente

A mãe de Lilian conta que "o tiro partiu de um policial armado, vestido de preto e com o rosto coberto"

João Brandão
(Foto: Juliana Dias / bahia.ba)
Casa da família de Lilian, no complexo do Nordeste de Amaralina (Foto: Juliana Dias / bahia.ba)

A família de Lilian Santana dos Santos, de 37 anos, morta durante o tiroteio, nesta terça-feira (1°), no bairro de Santa Cruz, acusou a Polícia Militar de ter efetuado o disparo que a atingiu. Em entrevista ao bahia.ba, nesta quarta-feira (2), a mãe da vítima, Maria Lúcia dos Santos, 61, disse que a filha foi atingida por um tiro de fuzil, que entrou no ombro esquerdo e saiu pela perna direita. “Ela foi receber o Bolsa Família, em Santa Cruz, e parou na casa da minha tia para tomar água, quando a bala entrou pela janela. Perdi minha filha”, lamentou. Dona Maria conta que “o tiro partiu de um policial armado, vestido de preto e com o rosto coberto”. “Não deram nem socorro”, completou.

Quem socorreu Lilian foi a própria mãe. “Minha filha me olhava. Não conseguiu dizer nada. Só me olhar”, contou. Lilian deixou três filhos. Um deles, inclusive, já é uma mulher casada e não morava mais com ela. O enterro está marcado para esta quinta-feira (3), às 10h, no Cemitério Municipal de Brotas. “Eles, o governo, não deram nada. O enterro vai sair por R$ 1 mil. Quem vai cuidar dos meus netos? Eu vou correr atrás do prejuízo”, pontuou. A irmã de Lilian, Jussara Santos Oliveira, voltou a afirmar que os policiais entraram atirando na localidade. “Não existe troca de tiro. A gente paga impostos, que são usados para pagar a eles, ou seja, estamos pagando para eles matarem a gente”, apontou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.