Publicado em 24/09/2018 às 18h16.

Taxistas tentam parceria com SSP para filmar corridas e diminuir violência

De janeiro a agosto, houve aumento de 24% no número de assaltos; até esta segunda-feira (24) foram registradas 14 ações violentas contra taxitas

Rayllanna Lima
Foto: Divulgação/SSP
Foto: Divulgação/SSP

 

O crescente número de assalto a taxistas acendeu o sinal de alerta na categoria. De acordo com a tabela enviada ao bahia.ba pela Associação Geral dos Taxistas (AGT), o montante passou de 29 para 36, entre janeiro e agosto deste ano. Até esta segunda-feira (21), foram registrados 14 assaltos no mês de setembro. No acumulado do ano, são 261 taxistas assaltados em Salvador.

“Cada dia muda a modalidade dos assaltantes. Casais que estão causando mais pânico na categoria agora. Quase todo taxista tem medo de pegar um casal. Aquele casal que está saindo do shopping, de algum estabelecimento, e parece estar apenas voltando de algum lugar, mas na verdade planeja o assalto. E é uma ação sempre muito violenta”, explicou o presidente da AGT, Admiltom Paim.

Segundo ele, a Rótula do Abacaxi ainda lidera o ranking de violência contra taxistas. Em seguida aparecem Liberdade, Pau Miúdo, Santa Mônica, Cidade Nova e Itapuã.

Para driblar a violência, a categoria está recorrendo à tecnologia e tenta parceria junto com a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) para integrar o aplicativo One Táxi ao Centro de Operações e Inteligência. A plataforma permite gravar as corridas e a parceria resultará no monitoramento em tempo real.

“É um aplicativo de mobilidade que veio de São Paulo. Será mais segurança para o taxista e também para o cliente. No caso de assalto a pertences, se ele levar o celular, já estará automaticamente sendo monitorado. Para onde ele for a polícia o encontrará. Vale destacar que, além da facilidade, o aplicativo já funciona e tem o mesmo valor do Uber. Essa é a forma que temos também para resgatar os passageiros e dar maior segurança. Sabendo que o carro está sendo filmado, o assaltante vai ter medo de efetuar a ação criminosa”, explicou o presidente da AGT.

O botão do pânico é outro projeto que visa redução da violência para a categoria. “Quando o taxista suspeitar que será assaltado, poderá acionar o botão para que a SSP possa começar a rodar procurando esse carro. A junção do aplicativo com o botão do táxi vai diminuir, no mínimo, 70% da violência”, destaca.

Fiscalização – Analisando as medidas voltadas para proteção da categoria, o presidente da AGT afirma que os taxistas têm ficado desassistidos pelo poder público.

“Falta segurança. Até a própria Transalvador ignora a categoria, como ocorreu esse final de semana no Salvador Fest. Não houve organização no trânsito para que o taxista tivesse prioridade no acesso à festa. Passei a manhã solicitando policiamento e organização, mas não saiu da promessa deles. Outro ponto é na blitz. O taxista não é parado. Muito ladrão leva o carro para fazer corrida e assaltar outras pessoas. Se fosse parado, seria descoberto que ele não é taxista. E tem também quando o taxista é parado, mas o passageiro não é revistado. Já vi caso de colega ser parado na blitz, vistoriado, mas o assaltante, que estava armado, sequer foi revistado”, finaliza Ademiltom Paim em entrevista ao bahia.ba.

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