Vai beber no fim de semana? Saiba como diferenciar intoxicação por metanol de ressaca
Registros de intoxicação se espalham por diferentes regiões do país; na Bahia, uma morte suspeita é investigada

O consumo de bebidas alcoólicas, um hábito comum em momentos de lazer, se transformou em preocupação no Brasil após a identificação de diversos casos de intoxicação por metanol. De acordo com o Ministério da Saúde, já são 113 casos suspeitos em todo o país, sendo 12 confirmados, todos em São Paulo. Na Bahia, um paciente de 56 anos morreu em Feira de Santana e é investigado como possível vítima.
As autoridades de saúde trabalham com a hipótese de adulteração de bebidas alcoólicas por destilarias clandestinas e falsificadores. O cenário acende o alerta para a necessidade de cautela, especialmente em festas e encontros sociais, para que a diversão não se converta em risco de morte.
Casos confirmados e suspeitos no Brasil
Os registros de intoxicação se espalham por diferentes regiões do país. Segundo dados do Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs), há notificações em cinco estados e no Distrito Federal. São Paulo concentra a maior parte dos casos, com seis estabelecimentos já interditados. Em Pernambuco, os primeiros suspeitos ocorreram nos municípios de Lajedo e João Alfredo, além de um caso em Olinda.
No Distrito Federal, o rapper Hungria, de 34 anos, foi internado com sintomas compatíveis com intoxicação por metanol. Já no Paraná e em Mato Grosso do Sul também foram contabilizadas ocorrências suspeitas.
Na Bahia, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesab) acompanha a investigação da morte registrada em Feira de Santana. O paciente deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da Queimadinha e não resistiu, o que reforça a gravidade da situação e a necessidade de medidas rápidas de prevenção.
Ressaca ou intoxicação
Uma das maiores dificuldades nesse momento é identificar os sinais que diferenciam uma ressaca comum da intoxicação por metanol. O médico clínico Marcos Douglas Cavalcante explica que os sintomas da intoxicação aparecem de forma mais tardia.
“Os sintomas de uma intoxicação por metanol são mais persistentes, entre 12 a 24 horas após o consumo do álcool. Já os da ressaca costumam surgir logo após a ingestão”, aponta.
A visão é um dos sentidos mais afetados pela contaminação. “Esses sintomas vão desde a visão turva, cegueira parcial e até mesmo cegueira total. Além disso, há manifestações gastrointestinais, que vão de desconforto abdominal a dor abdominal propriamente dita”, detalha o especialista.
Outro sinal de alerta é a duração da embriaguez. “Sintomas de embriaguez prolongada também estão entre os sinais de intoxicação, como dor de cabeça intensa e confusão mental”, acrescenta Cavalcante.
Cuidados e prevenção
Diante do risco, a principal recomendação é reduzir o consumo de bebidas alcoólicas até que o problema esteja sob controle. Para quem ainda assim optar por beber, é essencial evitar produtos de procedência duvidosa, vendidos em locais sem fiscalização, como ruas ou festas improvisadas.
Segundo Cavalcante, identificar uma bebida adulterada não é simples. “Uma bebida adulterada com metanol é difícil de ser reconhecida, já que não há alterações perceptíveis no cheiro ou no sabor. Por isso, é fundamental verificar a procedência e comprar apenas em locais que possam comprovar a origem legal”, orienta.
Além da atenção individual, especialistas defendem que o poder público intensifique as ações de fiscalização em fábricas, distribuidoras e pontos de venda. O controle rígido da cadeia de produção é apontado como caminho mais seguro para impedir que tragédias como a atual se repitam.
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