Publicado em 05/08/2017 às 13h30.

Advogado diz que TJ-BA é ‘podre’ e não tem ‘10% de juiz honesto’

Felisberto Córdova já tinha acusado desembargador do TJ-SC de pedir propina para julgar a favor de ação

Redação
Foto: Reprodução
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Depois de acusar um desembargador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC) de pedir propina, o advogado Felisberto Córdova criticou, nesta sexta-feira (4), o Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA).

“Nós conhecemos os tribunais, como o da Bahia, que são podres inteiramente. Talvez, não tenha 10% de juiz honesto lá dentro”, atacou, em entrevista à Rádio CBN Diário.

Na última quinta-feira (3), o advogado já tinha dito que o desembargador Eduardo Gallo cobrou propina de R$ 700 mil para julgar favoravelmente uma ação na 1ª Câmara de Direito Civil, em Florianópolis. A causa em questão envolvia um valor na ordem de R$ 35 milhões.

Por meio de nota, a Associação dos Magistrados da Bahia (Amab) repudiou a declaração do advogado. “Faz comparações abstratas com o Tribunal de Justiça da Bahia e generaliza agressões, de forma gratuita, aos magistrados baianos. Sua afirmação tentar apontar superioridade ética e profissional dos juízes catarinenses contra os baianos, e mostra, de forma desrespeitosa, atitude preconceituosa não apenas contra o Judiciário do nosso estado mas a toda a população da Bahia”, afirmou a entidade.

Confira a nota na íntegra:

A Associação dos Magistrados da Bahia (AMAB), entidade que congrega os juízes e desembargadores da Justiça estadual, apresenta esta nota de repúdio em função de insinuações de cunho difamatório feitas pelo advogado catarinense Felisberto Odilon Córdova contra a magistratura baiana. As declarações, prestadas durante entrevista à Rádio CBN, de forma irresponsável, mostram desequilíbrio e preconceito.

Sem apresentar dados concretos ou informações comprobatórias de suas declarações, e no intuito de minimizar o afronte cometido contra o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o advogado faz comparações abstratas com o Tribunal de Justiça da Bahia e generaliza agressões, de forma gratuita, aos magistrados baianos. Sua afirmação tentar apontar superioridade ética e profissional dos juízes catarinenses contra os baianos, e mostra, de forma desrespeitosa, atitude preconceituosa não apenas contra o Judiciário do nosso estado mas a toda a população da Bahia.

Os magistrados baianos, mesmo enfrentando sérias dificuldades estruturais, apresentam alta produtividade, com uma média, por ano, de 1.152 processos finalizados por cada juiz. Em um ano, os magistrados do estado baixaram 675 mil processos, com 526 mil sentenças. Ouvir ilações de um profissional do Direito que pouco conhece nosso estado e nosso cotidiano causa tristeza e indignação.

A AMAB, em nome dos magistrados baianos, tomará as medidas jurídicas cabíveis e exigirá do advogado a comprovação das suas afirmações, apontando nomes e ilegalidades que fundamentam suas declarações. É preciso passar a limpo o fato, em respeito a todos os juízes sérios, éticos e trabalhadores que atuam neste estado.

Freddy Pitta Lima

Presidente da AMAB

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