Publicado em 17/04/2020 às 12h22.

Pelo menos dez hotéis em Salvador devem fechar definitivamente devido à pandemia

Cerca 40% dos bares e restaurante também poderão encerrar as atividades durante a pandemia; trade já apresenta demissão em massa

Rayllanna Lima
Foto: Reprodução/ABIH-BA
Foto: Reprodução/ABIH-BA

 

A crise provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19) deve provocar o fechamento definitivo de pelo menos dez hotéis em Salvador.

Já integra essa lista o histórico hotel Pestana Convento do Carmo, no Centro, cuja a direção anunciou na quarta-feira (15) o fim das atividades.

Em entrevista ao bahia.ba nesta sexta (17), o o presidente da FeBHA (Federação Baiana de Hospedagem e Alimentação), Silvio Pessoa, revelou que os setores de hotéis, bares e restaurantes perderam 100% do faturamento.

“O pior de tudo, quando a gente fala em turismo, é que não é apenas hotelaria e alimentação. Vai de quem vende hortifruti, do taxista, até a mulher do cafezinho. É uma gama de mais de 50 setores que integram a cadeia produtiva. Não apenas donos de hotéis e restaurantes saem perdendo, perde a cidade como um todo. Mais de 20% do total do PIB de Salvador é do trade turístico”, afirmou.

Definindo o momento como “tempos sombrios”, Pessoa destaca que impactos provocados pela pandemia serão irreversíveis. Alguns hotéis, bares e restaurantes já começaram a fechar as portas apenas temporariamente, mas outros não veem perspectiva de recuperação.

“Pelo menos 15% dos hotéis irão fechar e 30% a 40% dos bares e restaurantes devem deixar de operar. O fechamento do Convento do Carmo é uma pena muito grande, pois tínhamos três unidades do Pestana Hotel, rede internacional, e perdemos todas. Estamos perdendo equipamentos de qualidade. Grande maioria dos hotéis que fecharem agora devem voltar a operar a partir de de julho, mas pelo uns dez hotéis devem fechar para sempre”, reforçou.

Atualmente há na cidade 400 hotéis e 6 mil bares e restaurantes.

Demissões – Com o fim das operações dos estabelecimentos em meio à crise sanitária, o trade turístico já apresenta demissão em massa. “O primeiro setor a ser atingido com essa crise é o lazer de turismo. Temos um volume grande de desempregados nesse momento. Os hotéis estão fechando e nossos colaboradores ficando sem atividades. Pelo menos três a quatro hotéis já foram fechados. A gente não acredita que parte dos estabelecimentos voltem a operar a curto e médio prazo”, avaliou o presidente da FeBHA.

Ele lamentou que a pandemia tenha ocorrido enquanto o trade do estado se recuperava dos percalços de 2019, que foi impactado negativamente sobretudo pela crise da Avianca e do vazamento de petróleo cru que atingiu o litoral de praias do Nordeste. 

“Começamos a recuperar em março deste ano, mas no final do mês começaram a aparecer os primeiros casos de coronavírus e as reservas começaram a ser canceladas. Fechamos o mês com ocupação de 39%, quase 30% a menos do que março do ano passado. São tempos sombrios que vamos pela frente. Estamos ao lado das autoridades, mas tudo isso tem que ser revisto logo, porque quanto mais tempo demorar, mais a solução também se afasta”, disse Silvio Pessoa. 

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