Publicado em 13/12/2015 às 16h11.

Sol forte esquentou o “aquecimento” pelo impeachment em Salvador

Sensação térmica foi de 35 graus, mas não desanimou manifestantes.

Elieser Cesar

 

Foto: Elieser César/ Bahia.Ba
Foto: Elieser César/ Bahia.Ba

 

Além da Presidente Dilma Rousseff, do ex-presidente Lula e do PT, quem participou, entre o final da manhã e o começo da tarde deste domingo (13) em Salvador, da manifestação pelo impeachment teve que enfrentar um adversário poderoso que não pode ser banido do sistema que comanda. O sol de rachar, no farol da Barra – a temperatura chegou a 31º C, com sensação térmica de 35 – castigou, mas não desanimou os manifestantes, embora o fim dos protestos tenha sido antecipado em meia hora, das 13 h para às 12h30.

Definido pelos organizadores como um aquecimento para protestos maiores, o evento atraiu um grupo de 500 manifestantes, segundo a PM, que calcula a ocupação pelo número de pessoas por metro quadrado, e o dobro, conforme o “olhômetro” dos organizadores. Muitos enrolados na bandeira nacional, vestidos de verde-amarelo e com a camisa da Seleção Brasileira, como em dia de jogo.

Para enfrentar o sol a pino, muita gente usou protetor solar, como o administrador de empresas Ricardo Frota, que participou da manifestação ao lado da namorada. Cansado de ter seu consumo direto diminuído com “a cobrança de impostos mal geridos”, como fez questão de salientar, Frota usava uma camiseta com a inscrição que dispensa decodificação, “PTFDP”. Num transporte para uma espécie de guerra fria continental, ele disse que participava da manifestação por também se sentir “cansado de sustentar o comunismo na América Latina”.

Joselito Rezende, que se identificava como “cidadão brasileiro”, como se estivesse em outro país, exibia um cartaz em que agradecia ao juiz Sérgio Moro, a Polícia Federal e ao Ministério Público, pela Operação Lava Jato, “para nos legar uma pátria limpa”. O turismólogo Rodolfo Ernesto foi direto como um cruzado de direita no queixo do governo: “Odeio esse bando de vagabundos”.

 

‘Pela corrupção’

 

O empresário Itamar Carneiro se inspirou na clássica definição de democracia – governo do povo, pelo povo e para o povo – e definiu o que, para ele, representa a turma do PT: “governo da corrupção, pela corrupção e para a corrupção”. O produtor rural Antônio Rosas destoou em parte do coro dos manifestantes. Ele veio de Nilo Peçanha, no baixo sul, para defender o impeachment de Dilma e também protestar contra o ex-deputado Heraldo Rocha, presidente do DEM em Salvador.  Ao descer do caminhão que animava o evento, escoltado por um amigo, Rocha foi seguido pelo desafeto, que o chamava de “corrupto”, e não deu ouvido ao interlocutor incômodo.

Do alto do caminhão, o animador do protesto leu o nome de todos os deputados da bancada federal baiana, a favor, contra ou indeciso em relação ao impeachment de Dilma. Os favoráveis eram aplaudidos, os contrários vaiados e chamados de ladrão, os indecisos recebidos com o coro “muda, muda”. O major PM Assemany calculou em 500 pessoas o número de manifestantes e elogiou o clima de tranquilidade. Já Roberto Almeida, do Movimento Brasil Livre, disse que em 15 de março, data programada para uma nova manifestação pró impeachment, haverá uma multidão nas ruas.

E 15 de março por quê?

O ativista responde, demonstrando sintonia com os partidos que defendem o impeachment:

– Trabalhamos com o calendário da Câmara.

 

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