Publicado em 08/02/2017 às 10h30.

Mesmo com Exército nas ruas, ES acumula 87 mortes em cinco dias

Com medo, população permanece em casa, maior parte do comércio está fechada e ônibus não circulam

Redação
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil
Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

 

No quinto dia de paralisação da Polícia Militar no Espírito Santo, o movimento ainda era pequeno nas ruas de Vitória na manhã desta quarta-feira, 8. Com o transporte público e as aulas suspensos, poucas pessoas são vistas nas calçadas. Assustadas com a violência, as famílias preferem se trancar em suas casas.
O patrulhamento na capital capixaba, que desde a noite de segunda-feira (6), é feito por soldados do Exército, também é reduzido. O comércio na cidade vai sendo retomado aos poucos.

Em policiamento efetivo desde sábado (4),  e o estado já registrou 87 mortes violentas, conforme o Sindicato dos Policiais Civis do Espírito Santo. A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) ainda não tem um balanço. A reportagem do jornal Estado de SP.  percorreu cerca de oito quilômetros entre Vitória e Vila Velha por volta das 8h30 desta quarta-feira  (8) e avistou patrulhas do Exército apenas na Praia da Costa, na região próxima à residência oficial do governador, Paulo Hartung (sem partido).  Agentes da Força Nacional de Segurança, que chegaram ao Espírito Santo nesta terça-feira (7) não foram vistos no trajeto.

Hartung está de licença médica, mas a expectativa é de que ele se pronuncie nesta quarta-feira. O governador passou por operação em São Paulo na última sexta-feira, 3, no Hospital Sírio-Libanês para a retirada de um tumor na bexiga. Ele voltou a Vitória na terça-feira. Por meio de suas famílias, os PMs continuam tentando negociar com o governo a volta ao trabalho. Nesta quarta deve haver nova reunião entre as partes. O governo sustenta que não vai negociar enquanto os policiais não voltarem a seus postos.

A categoria reivindica reajuste salarial e denuncia falta de pagamento de auxílio-alimentação, adicional noturno e por periculosidade, além de más condições da frota de veículos empregada no patrulhamento. Familiares de PMs seguem posicionados na frente de batalhões na Grande Vitória e em cidades do interior para impedir a saída dos PMs e de carros. A sensação de insegurança é grande, e os cidadãos se dizem reféns dos criminosos. Nas redes sociais, há relatos de vizinhos que contrataram segurança armada para seus prédios, como forma de afastar assaltantes.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.