Publicado em 26/06/2020 às 14h18.

Sindicato de Limpeza Urbana quer vetar dispositivo do novo marco do saneamento

Entidade critica artigo que permite às prefeituras contratar estatais para prestar serviços de gestão de resíduos sólidos

Redação
Foto: Valter Campanato / ABr
Foto: Valter Campanato / ABr

 

O Sindicato Nacional das Empresas de Limpeza Urbana (Selurb) quer que o governo federal vete um dispositivo do novo Marco do Saneamento. Na alegação da entidade, o artigo 20 do texto, aprovado no Senado na última quarta-feira (24), afasta investimentos privados e pode inviabilizar a universalização dos serviços de coleta, tratamento e destinação final dos resíduos sólidos no Brasil.

O Selurb afirma que, como está, as prefeituras são autorizadas a contratar serviços de limpeza e gestão dos resíduos sólidos por meio de contratos de programas com estatais. Isso contraria o que chamam de “razão de ser” do novo Marco, que elimina essa modalidade para gestão da água e do esgoto.

“Sem o veto, corre-se o risco de se perpetuar, agora no setor de coleta e tratamento de resíduos, o mesmo modelo de prestação ineficiente que estagnou os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário no Brasil nos últimos anos. Será impossível que o país cumpra o compromisso internacional assumido junto à ONU de acabar com os mais de 3 mil lixões a céu aberto e com as recorrentes tragédias causadas pelo descarte irregular de resíduos, como disseminação de doenças, enchentes e deslizamentos”, argumenta o presidente da entidade, Márcio Matheus, em nota à imprensa.

O novo marco legal do saneamento básico foi aprovado em sessão remota do Senado. O projeto, de iniciativa do governo federal, foi aprovado em dezembro na Câmara e agora segue para sanção presidencial.

O texto prorroga o prazo para fim dos lixões, facilita privatização de estatais da área e extingue o modelo de contrato vigente entre municípios e empresas estaduais de água e esgoto. Uma das principais características do marco é a transformação dos contratos firmados em concessões com a empresa privada que assumir a estatal.

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