Publicado em 20/02/2023 às 23h53.

Catadores de materiais recicláveis podem ganhar até R$100 com coleta, diz fundadora da Solos

Solos é a empresa responsável pela reciclagem no carnaval de salvador

Carolina Papa / Leilane Teixeira
Foto: Alexandre Dias / bahia.ba

 

A fundadora da empresa Solos, responsável pela reciclagem no carnaval de salvador, Savi Alves, revelou em entrevista ao bahia.ba que o catador de material reciclável pode ganhar até R$100,00 a cada 30kg de material. Além disso, Savi explicou como funciona a ação de recilagem.

“Então, a gente organizou isso da seguinte forma; a Ambev, junto com nós a solos e a Limpurb, escolhemos oito pontos bem próximos ao circuito oficial para instalar ainda a estrutura, que a gente chama de centrais da reciclagem. Essas centrais têm 75 metros quadrados e lá as cooperativas cadastradas operam e pagam para que os catadores possam deixar ali os seus resíduos. Hoje gente consegue receber lá tanto alumínio que todo mundo já sabe que reciclável, quanto também o plástico, e para isso a gente faz um incentivo: a cada um quilo de plástico que o catador leva, ele recebe R$ 1,00 e, além disso, quando ele chega 30 kg ele recebe mais R$100,00. Então com isso a gente consegue trazer mais atratividade para que as ruas também consigam ser limpas através do processo da reciclagem”, disse.

Savi disse ainda a ação consegue levar, além de inclusão socioeconômica com geração de renda, melhoria da qualidade. “Então, antes do projeto as cooperativas precisavam ficar uma semana, 5 dias antes do carnaval, meio que acampadas no espaço para conseguir ali aquele ponto, e com a nossa intervenção, não. A gente consegue dialogar com a prefeitura, consegue fazer o uso do espaço de maneira correta e elas só precisam ir ali no dia mesmo de fazer essa operação”.

Controle dos dados

Segundo  contou ainda que eles conseguem controlar os dados, ou seja, a cada minuto exatamente a parcial de quantos resíduos foram entregues, qual é a renda que foi gerada, quantos catadores passaram junto com a gente.

“Tudo isso nessa era digital os catadores precisam estar incluso e o nosso papel é fazer justamente essas eficiências pra que, tanto o poder público, quanto a iniciativa privada, possam tomar decisões mais assertivas e aí fazer com que o nosso Carnaval possa ser de verdade, um Carnaval sustentável como a gente tem feito esse ano”

Destino dos materiais

Após todo o processo, a fundadora da Solos explica o que acontece. Segundo ela. o catador tira da rua, leva até a nossa central, lá ele precisa ser separado entre alumínio e plástico, e depois disso as cooperativas levam o seu vapor e vendem para indústrias recicladoras.

“O alumínio ele pode se tornar uma nova latinha ou ele pode se tornar matéria pra construção de um eletrodoméstico, e o plástico também pode se tornar uma nova garrafa, um novo saco de gelo ou ele fazendo uma componente de um copo ou de um talher, etc. Então, hoje as aplicações do plástico e do alumínio são inúmeras e é por isso também que a gente precisa valorizar muito. Mais de 76% da composição das latas da Brahma, por exemplo, já vem do alumínio reciclável, então isso faz com que a gente consiga fazer com mais eficiência e pare de fazer a extração de matéria virgem e passe a consumir isso que já tá disponível, senão a gente está jogando fora recursos que poderiam se tornar aí matéria prima para novas invenções”.

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