Publicado em 01/10/2020 às 08h45.

7 em cada 10 pacientes com diagnóstico de coronavírus têm até 60 anos

Grupo mais jovem, de até 40 anos, representa quase 30% dos casos confirmados, segundo levantamento do HCor

Redação
Foto: Gerd Altmann/Pixabay/Divulgação/Agência Fapesp
Foto: Gerd Altmann/Pixabay/Divulgação/Agência Fapesp

 

Levantamento inédito feito pelo HCor (Hospital do Coroação), realizado com base em dados epidemiológicos de mais de 2.200 pacientes, mostra que 70% das pessoas que tiveram o diagnóstico confirmado de Covid-19 têm até 60 anos. Entre os mais jovens, 10% têm menos de 30 anos e 25% entre 20 e 40 anos.

O estudo também relacionou as principais comorbidades, ou seja, doenças associadas, que podem agravar o quadro de Covid-19, dos pacientes acompanhados nos últimos 6 meses. Confirmando os dados mundiais, hipertensão arterial e diabetes mellitus foram os principais problemas de saúde relacionados aos casos mais críticos.

Do total de 2.228 pacientes, mais de 45% convivem com pressão alta e 25% são diabéticos. As displidemias, elevação dos níveis do colesterol ruim e de triglicerídeos no sangue, também atingem mais de 20%.

“Embora não existam, ainda, muitas informações sobre o novo coronavírus, a prática clínica, no mundo todo, já sinalizou um alerta importante, que é a relação de algumas comorbidades com os casos mais severos de Covid-19. Pacientes do grupo de risco devem reforçar as medidas de higiene e, se possível, manterem o isolamento social. Além disso, a manutenção de hábitos saudáveis não pode ser descuidada, principalmente nesse período de pandemia”, explica a infectologista Daniela Bergamasco.

O levantamento ainda mostrou que 30% dos casos necessitaram de internação, com tempo de hospitalização médio de 10 dias. Já entre os quadros mais graves, o tempo de internação quase dobrou, passando para 18 dias em Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Os idosos foram os que mais necessitaram de cuidados intensivos. A média de idade entre esses pacientes é de 68 anos, sendo 65% deles do sexo masculino. “Estudos epidemiológicos são muito importantes no enfrentamento da pandemia. A inteligência de dados pode colaborar diretamente com a tomada de decisões e, no futuro, norteará protocolos e novas pesquisas clínicas”, destaca a médica Suzana Silva, coordenadora do setor de Epidemiologia do HCor.

O Brasil está entre os três países com o maior número de casos de Covid-19 (4.780.317). Apesar das estimativas apontarem queda acentuada nas duas últimas semanas, as medidas de segurança e o autocuidado são, ainda, os principais aliados da prevenção. Estudo recente da USP de São Carlos mostrou que o isolamento social, combinado com o uso de máscaras, diminuiu em 15% o contágio do vírus em São Paulo.

“Enquanto não há um imunizante eficaz e seguro, precisamos nos proteger e expandir esse zelo por nossas comunidades. A máscara salva vidas, assim como a higienização adequada das mãos é uma das medidas mais eficazes para evitar a disseminação do novo coronavírus e de outros vetores de infecções virais”, acrescentaa infectologista.

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