Publicado em 17/05/2020 às 09h30.

Cerca de 70 milhões de brasileiros têm acesso precário à internet na pandemia

Dificuldade para conseguir auxílio emergencial, que levou a filas na Caixa, é um dos efeitos da desigualdade digital no país

Redação
Foto: Bruno Fortuna/Fotos Públicas
Foto: Bruno Fortuna/Fotos Públicas

 

Cerca de 70 milhões de brasileiros atualmente têm acesso precário à internet ou não têm nenhum acesso à internet, informa reportagem do jornal Folha de S. Paulo.

Segundo a publicação, o dado é vem à tona justamente no momento em que o distanciamento social é aplicado para deter o contágio do novo coronavírus e a vida em todos os sentidos —trabalho, educação, diversão e fazer compras— migra para o digital,

Segundos especialistas da área de tecnologia ouvidos pela Folha, a pandemia mostra para o país os riscos de outra faceta da disparidade socioeconômica: a desigualdade digital.

De acordo com a reportagem, mais de 42 milhões de pessoas nunca acessaram a rede. Dos cidadãos das classes D e E já conectados, 85% utilizam a internet só pelo celular e com pacotes limitados.

Em situações que exigem trocas mais sofisticadas, como download, streaming e videoaulas, o acesso por franquia de dados a usuários já pobres é considerado de baixa qualidade.

Os números absolutos dão uma dimensão mais completa do problema. O mais recente levantamento, em 2018, do Cetic.br —departamento do Comitê Gestor da Internet que monitora a adoção de tecnologias de informação há 15 anos—, mostra que 25 milhões dos mais pobres só usam a internet no celular.

Pelos critérios do Cetic, que considera usuário de internet quem fez algum acesso nos últimos três meses, 44% dos que costumam ficar longe por períodos mais longos —não entraram uma única vez na rede— são das classes D e E.

Há diferentes tipos de desigualdade pelos parâmetros de conexão à rede. Existe a chamada desigualdade de primeiro nível —ter ou não acesso— e a desigualdade de segundo nível —acessar, mas com diversos graus de limitações.

Localização, por exemplo, faz diferença até nos grandes centros urbanos, onde se concentram mais de 80% da população. Mesmo que o cidadão tenha dinheiro para contratar um bom serviço de internet, se estiver em um bairro periférico, pode não ter o mesmo serviço de bairros nobres.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.