Publicado em 06/04/2020 às 06h54.

Com comentário racista, ministro da Educação provoca mais uma crise entre Brasil e China

Em nota, embaixada diz que "indivíduos do Brasil" precisam corrigir "imediatamente os seus erros cometidos" e parar com "acusações infundadas"

Redação
Foto: Rafael Carvalho/Casa Civil
Foto: Rafael Carvalho/Casa Civil

 

Mais uma crise foi gerada entre chineses e brasileiros após declarações de aliados do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Após comentário racista do ministro da Educação, Abraham Weintraub, a embaixada da China reagiu durante a madrugada desta segunda-feira (6) e demonstrou indignação com a forma com que o povo chinês tem sido tratada por representantes do povo brasileiro.

Em publicação no sábado (4), no Twitter, o ministro associou a origem do novo coronavírus (Covid-19) ao país estrangeiro, além usar o personagem Cebolinha, da Turma da Mônica, para fazer chacota e ironizar o modo de falar dos chineses que trocam o R pelo L.

“Deliberadamente elaboradas, tais declarações são completamente absurdas e desprezíveis, que têm cunho fortemente racista e objetivos indizíveis, tendo causado influências negativas no desenvolvimento saudável das relações bilaterais China-Brasil. O lado chinês manifesta forte indignação e repúdio a esse tipo de atitude”, diz nota divulgada pela embaixada nas redes sociais.

“A maior urgência neste momento é unir todos os países numa proativa cooperação internacional para acabar com a pandemia com a maior brevidade, com vistas a salvaguardar a saúde pública mundial e o bem-estar da Humanidade”, acrescenta.

A embaixada reforça ainda que a OMS (Organização Mundial da Saúde) e a comunidade internacional se opõem à associação do coronavírus a um país ou região, combatendo a estigmatização. “Instamos que alguns indivíduos do Brasil corrijam imediatamente os seus erros cometidos e parem com acusações infundadas contra a China”, conclui.

Esse não é o primeiro ataque de uma pessoa ligada ao presidente Jair Bolsonaro contra o país onde se registrou o começo da pandemia. Na noite do dia 18 de março, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, fez duras críticas ao deputado federal Eduardo Bolsonaro após o filho do presidente, também em uma rede social, comparar a pandemia do coronavírus ao acidente nuclear de Tchernóbil, na Ucrânia, em 1986.

O episódio gerou crise diplomática entre os países. Com a repercussão do caso, o deputado federal afirmou no dia seguinte às declarações que jamais quis ofender o povo chinês e ressaltou que o embaixador chinês não refutou seus argumentos sobre o surgimento do coronavírus. As informações são da Folha de S.Paulo.

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