Publicado em 22/05/2020 às 08h40.

Contra uso geral de cloroquina, secretário de Ciência do Ministério da Saúde pede demissão

Há apenas 18 dias no cargo, Antonio Carlos Campos de Carvalho foi exonerado na madrugada desta sexta-feira

Redação
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

 

O governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) exonerou o secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde do Ministério da Saúde, Antonio Carlos Campos de Carvalho.

Segundo o portal G1, a exoneração foi publicada na edição da madrugada desta sexta-feira (22) do “Diário Oficial da União”. A exoneração aconteceu “a pedido”, segundo decreto assinado pelo Ministro da Casa Civil, general Walter Souza Braga Netto.

No cargo há apenas 18 dias desde sua nomeação, havia declarado a outros veículos de imprensa que era contra o novo protocolo para uso da cloroquina em pacientes com primeiros sintomas de Covid-19.

Em entrevista ao jornal “Folha de S. Paulo”, o então secretario disse que deixaria o cargo por considerar precipitada a mudança de protocolo no uso da cloroquina.

O setor que Carvalho chefiava é responsável, segundo o site do Ministério da Saúde, pelo o desenvolvimento da capacidade científica, tecnológica e produtiva nacional para o fortalecimento do Sistema Único de Saúde.

Mudança de Protocolo

Na terça (19), o Ministério da Saúde divulgou um protocolo em que amplia a possibilidade do uso dos dois medicamentos também para pacientes com casos leves de Covid-19. A nova diretriz, destinada a hospitais da rede pública, sugere a combinação de cloroquina ou hidroxicloroquina com azitromicina..

A mudança no protocolo era um desejo do presidente Jair Bolsonaro, defensor da cloroquina no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus. Não há comprovação científica de que a cloroquina é capaz de curar a Covid-19. Estudos internacionais não encontraram eficácia no remédio e a Sociedade Brasileira de Infectologia não recomenda o uso.

O protocolo da cloroquina foi motivo de atrito entre Bolsonaro e os últimos dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich. Em menos de um mês, os dois deixaram o governo.

O texto mantém a necessidade de o paciente autorizar o uso da medicação e de o médico decidir sobre a aplicar ou não o remédio.

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