Crédito não está chegando às micro e pequenas indústrias, ressalta Ricardo Alban
Presidente da Fieb informa que pandemia pode gerar perdas de quase 9% na economia baiana e de 8% no setor industrial

As pequenas e médias indústrias estão entre as mais afetadas na Bahia devido ao impacto econômico da pandemia de Covid-19. Além de dificuldades financeiras devido à recessão de 2015 e 2016, o segmento tem menor acesso a financiamento devido a restrições determinadas pelos bancos. “A operação de crédito é uma avaliação de risco, e o risco aumentou”, explana o presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Ricardo Alban, em conversa com o bahia.ba.
O executivo acrescenta que, assim como no comércio, os ramos ligados a bens não essenciais sentiram mais as consequências da quarentena, a exemplo do setor automotivo. Mesmo com parte das obras mantidas pelos governos, a construção civil também sofre reflexos da crise sanitária, revela Alban. As maiores perdas têm origem na falta do “movimento de formiguinha” das reformas e no setor imobiliário. “Há dois meses não temos lançamentos novos. É um setor que precisa ser retroalimentado”, disse.
Levantamento da Fieb concluiu por uma expectativa de queda do PIB baiano de 6,4% este ano, ante uma estimativa antes do aparecimento do novo coronavírus de 2,4% positivos. O não crescimento e o declínio geram um impacto global de 8,8% do PIB. Na indústria, a projeção passou de expansão de 2,2% para recuo de 5,5% – totalizando 7,7% entre um cenário e outro.
Ricardo Alban esclarece que estes percentuais consideram a dinâmica atual do vírus no Brasil e o comparativo da experiência nacional com a vivida pelos outros países na pandemia. As perdas podem ser maiores caso o pico no Brasil seja mais agressivo ou tenhamos um segundo platô (segunda onda) de contaminação do Sars-CoV-2. No cenário atualmente projetado, a perda na economia resultaria na eliminação de 130 mil a 200 mil empregos na Bahia – entre 30 mil e 50 mil na indústria.
Alternativas
O dirigente destaca que as indústrias baianas buscam alternativas para sobreviver, tanto no uso dos instrumentos legais na negociação com os empregados como mudando seu foco de produção, fabricando máscaras e álcool gel ou líquido a 70% demandados pelo combate à Covid-19. O Sistema Fieb também seguiu essa linha.
No Senai Cimatec de Salvador, ventiladores mecânicos antigos são recuperados em outra parceria com o governo , enquanto o Cimatec Park em Camaçari envasa alcool a 70%. A unidade finaliza um lote de 90 mil litros, que serão divididos igualmente entre o governo estadual e a prefeitura de Salvador. “Como o Cimatec é a nossa referência em inovação e tecnologia, jamais poderíamos deixar de ser proativos neste momento”, defende o presidente da Fieb.
Para o futuro, o executivo avalia que o mundo, a Bahia e o Brasil tiveram como lição da pandemia a necessidade de criar mais cadeias de produção independentes. “Nós precisamos tirar todos os impeditivos de competitividades para reduzir a dependência de suprimentos de fora do Brasil”, concluiu.
Retomada
Ao bahia.ba, Alban contou que a indústria baiana pode implantar túneis de desinfexação na estratégia de retomada da atividade. A tecnologia está sendo desenvolvida pelo Senai Cimatec, em Salvador, e começou a ser aproveitada na rede estadual de saúde. Ricardo Alban destaca que o equipamento é mais útil para limpar vestimentas que podem ser contaminadas pelo vírus. Para adotar o túnel, a Fieb consultou a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Inspirado em tecnologia alemã, o túnel de desinfecção foi doado aos hospitais Couto Maia, Espanhol – administrados pela rede estadual – e Irmã Dulce. Outras 50 unidades devem ser repassadas para o governo baiano. Alban conta que conversas com a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-BA) podem viabilizar o aproveitamento do túnel no varejo.
Para permitir a volta na indústria com mais segurança, a Fieb também está providenciando testes rápidos e PCR. “Os testes rápidos são doados pela CNI (Confederação Nacional da Indústria). No PCR, estamos tendo dificuldades para adquirir insumos”, relatou o dirigente.
Ricardo Alban avalia que o setor industrial pode ter uma volta mais rápida. “A indústria tem um público fixo e conhecido. No Brasil, nas classes C e D, muita gente mora em locais de condições fitossanitárias precárias e de grande densidade populacional. Onde é que tem mais perigo?”, indaga. Mas adverte que essa volta só deve acontecer em convergência com a ciência e as autoridades. Com segurança, em síntese. “Se a questão se agravar de forma acelerada, é natural que todos sejam mais previdentes”, observou.
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