Publicado em 29/04/2020 às 18h27.

Fundação Pro-Tamar demite 40% dos funcionários

São 220 funcionários demitidos nas unidades do projeto em todo o Brasil

Redação
Foto: Aurélio Nunes/bahia.ba
Foto: Aurélio Nunes/bahia.ba

 

Colaboração de Aurélio Nunes

A Fundação Projeto Tamar desligou 220 colaboradores, o equivalente a 40% do total da instituição em todo o Brasil, que até então mantinha em seus quadros 550 funcionários. A informação é confirmada com exclusividade ao bahia.ba pelo diretor de sustentabilidade do Tamar, Augusto Cesar Coelho.

Segundo o gestor, em condições normais, a Pro-Tamar desligaria por volta de 70 funcionários neste mês em função do fim do período de reprodução das tartarugas marinhas, que vai de setembro a março. Desta feita, porém, por conta das medidas de isolamento social para combater a propagação do novo coronavírus, a instituição teve de triplicar esse contingente.

“Temos 12 lojas, nove centros de visitação e de educação ambiental. Todos estes espaços foram fechados, e eles respondem por mais de 50% do orçamento anual do projeto”, justificou Coelho.

Os espaços estão fechados ao público, mas não podem deixar de funcionar, pois em seus aquários vivem animais que dependem de energia elétrica, alimentação e cuidados por parte do reduzido número de funcionários que ainda trabalham na sua manutenção.

São tartarugas, arraias, peixes e tubarões ameaçados de extinção, como os dois exemplares de tubarão pintado que sobrevivem no submarino amarelo de Aracaju, em condições semelhantes ao ambiente natural – no escuro, a uma temperatura média de 15°C. Por ora, os recursos obtidos com o patrocínio da Petrobras são suficientes para garantir a manutenção destes espaços.

Nas duas confecções mantidas pela instituição, que ficam em Linhares (ES) e Pirambu (SE), o corte foi ainda maior: dos 130 trabalhadores responsáveis pela produção de camisetas, bonés e outros adereços, 65 foram desligados, ou 50% do total.

“É um problema social grave. Por isso, lançamos a nossa loja virtual, onde esperamos recuperar parte da perda da arrecadação de nossas lojas físicas”, argumenta.

O endereço para quem quiser adquirir um produto da Tamar é https://www.lojatamar.org.br/

Uma das pessoas demitidas pela Pro-Tamar na Bahia disse que os projetos sociais mantidos pela instituição serão fortemente afetados pelas demissões: “Em Arembepe, havia 14 funcionários desenvolvendo as três linhas de trabalho – a pesquisa com as tartarugas marinhas na praia, o centro de visitação turística e a escola de educação ambiental com crianças e adolescentes da comunidade -, mas 12 foram demitidos, e, a partir de agora, só será levada adiante a pesquisa com a tartaruga na praia”, conta a fonte, que pediu para não ser identificada.

A Escolinha do Tamar em Arembepe é um programa de educação ambiental criado em 2005 que desenvolve atividades pedagógicas e culturais com as crianças na faixa etária entre 6 e 14 anos,  mediante à valorização da cultura local e ao resgate de antigas tradições. O programa completou 15 anos em 2020.

Pro-Tamar

Criado em 1980, o Pro-Tamar se dedica à preservação das cinco espécies de tartarugas-marinhas existentes no país, todas ameaçadas de extinção. Nacionalmente, o Pro-Tamar está presente em 26 praias das regiões, sul, sudeste e nordeste do país. Com quase mil quilômetros de faixa litorânea, a Bahia é o estado que detém o maior número de bases: são seis, localizadas em Busca Vida, Arembepe, Praia do Forte, Costa do Sauípe, Sítio do Conde e Mangue Seco.

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