Publicado em 11/04/2020 às 14h30.

Governo repudia recusa de prefeito sobre leitos de UTI para coronavírus

Prefeito de Itamaraju havia concordado com implantação de 20 leitos de UTI, mas no dia seguinte voltou atrás de decisão

Redação
Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia (Foto: Divulgação/Sesab)
Fábio Vilas-Boas, secretário de Saúde da Bahia (Foto: Divulgação/Sesab)

 

O governo do estado repudiou a decisão do prefeito de Itamaraju, Marcelo Angênica, em não permitir a implantação de 20 leitos de UTI para o tratamento do novo coronavírus no Hospital Geral de Itamaraju. A unidade é uma das maiores do Extremo Sul, e pode atender população de municípios como Teixeira de Freitas e Prado, além do próprio município.

De acordo com o secretário Fábio Vilas-Boas (Saúde), o acordo quanto à implantação dos leitos foi firmado na última quinta-feira (9), em reunião com o governador Rui Costa e o prefeito. Na sexta (10), quando técnicos da Sesab chegaram para avaliar as condições do hospital, eles se depararam com manifestação contra os leitos e a posterior decisão do prefeito de impedir a implantação da estrutura.

O titular da Sesab chamou a atenção para o risco que correm os baianos do Extremo Sul diante da decisão do prefeito.

“Os pacientes acabam evoluindo dentro de 24 horas para necessidade de entubação, ventilação mecânica, sendo necessários equipamentos altamente qualificados como respiradores artificiais. Eu espero, com essa decisão que o prefeito tomou, de deixar a população exposta, sem acesso à UTI, sem acesso à ventilação mecânica, que o prefeito não precise se arrepender, caso pessoas venham a morrer no seu município nos próximos dias”, alertou Vilas-Boas.

Episódio de racismo

O conflito envolvendo os leitos de UTI culminou no episódio de racismo contra o deputado federal Valmir Assunção (PT-BA). Depois de ter se posicionado a favor dos leitos, o deputado foi chamado de “macaco” em áudios que circulam na rede de WhatsApp de Itamaraju, cidade natal do petista.

A Secretaria de Promoção da Igualdade Racial da Bahia (Sepromi) está acompanhando o caso. A Secretaria de Segurança Pública (SSP-BA) foi acionada para dar curso à investigação criminal.

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