Publicado em 05/05/2020 às 08h13.

Homem que atacou enfermeiras é funcionário do Ministério de Direitos Humanos

Considerado por colegas "como uma pessoa de trato difícil e insubordinada", Renan da Silva Sena foi demitido, diz a pasta

Redação
Reprodução/Sindicato dos Enfermeiros do DF
Reprodução/Sindicato dos Enfermeiros do DF

 

Renan da Silva Sena é o homem que agrediu verbalmente e cuspiu em enfermeiras que faziam uma manifestação na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na última sexta-feira (1º).

Segundo reportagem do portal UOL, analista de projetos do setor socioeducativo terceirizado do MDH (Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos), ele não aparece nem exerce suas atividades no ministério desde meados de março.

Engenheiro eletricista de formação e missionário da Igreja Batista Vale do Amanhecer, Renan Sena presta serviço, desde fevereiro, à SNDCA (Secretaria Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente), que coordena o Sinase (Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo), responsável pela execução de medidas destinadas a adolescentes em conflitos com a lei.

De acordo com o UOL, o funcionário é considerado por colegas de trabalho “como uma pessoa de trato difícil e insubordinada”.

Desde meados de março até o dia em que agrediu as enfermeiras, ele chegou a alegar que estava doente, não respondeu aos e-mails de seus superiores no MDH nem executou suas tarefas. Contudo, participou de diversos protestos em que pedia intervenção militar ou que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometesse um golpe de Estado, como o ato realizado em Brasília no dia 15 de março.

No dia de 19 de abril, Sena foi visto no ato em que Bolsonaro discursou para manifestantes que pediam o fechamento do Congresso Nacional e do STF (Supremo Tribunal Federal).

Sena participou ainda de protestos em frente à Embaixada da China, país a quem acusa de propagar intencionalmente o coronavírus, e também em frente ao STF, classificado por ele “como vergonha nacional”.

Comandada pela ministra Damares Alves, a pasta afirmou, em resposta ao UOL, que pediu à empresa terceirizada a demissão de Sena e que ela teria sido concretizada em 23 de abril. Porém a reportagem pediu e não recebeu a documentação que provasse o ato demissionário. Verificou-se também que o e-mail funcional dele continuava ativo até o dia de ontem.

O ministério declara ainda “reputar [crer] por inadmissíveis quaisquer atos de violência e agressão, tendo a ressaltar neste sentido uma série de ações de enfrentamento a todos os tipos de violência desenvolvidas no âmbito de suas pastas temáticas.”

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