Publicado em 10/04/2020 às 09h20.

Ianomâmi de 15 anos é o terceiro indígena a morrer por coronavírus no Brasil

Alvanei Xirixana estava internado havia seis dias em uma UTI na cidade de Boa Vista, em Roraima

Redação
Foto: Reprodução/Rede Sociais
Foto: Reprodução/Twitter

 

O indígena Alvanei Xirixana, 15, morreu na noite de quinta-feira (9), em Roraima, vítima do no novo coronavírus. Primeiro ianomâmi contaminado pela Covid-19 no país, ele estava internado havia seis dias na UTI do Hospital Geral de Roraima. O adolescente é o terceiro indígena morto pela doença em território brasileiro —os ianomâmis são povos que habitam o Brasil e a Venezuela.

As informações são do jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com a publicação, Xirixana é da aldeia Rehebe, às margens do rio Uraricoera, região de entrada para alguns milhares de garimpeiros ilegais que exploram ouro dentro da Terra Indígena Yanomami (AM/RR). Ele estava ali quando seu estado de saúde piorou e foi transferido para Boa Vista.

O Instituto Socioambiental (ISA) relatou que outros dois indígena também morreram em decorrência do novo coronavírus: uma idosa do povo Borari, em Alter do Chão (PA), e um homem do povo mura, em Manaus, ambos moradores de cidades.

Segundo a reportagem, o contágio do adolescente aumentou a apreensão entre os ianomâmis de que se repita a tragédia provocada pela “invasão garimpeira”, entre os anos 1960 e 1980, que resultou na morte de cerca de 15% da população, principalmente por causa do sarampo, uma doença viral.

Com o preço em ascensão do ouro e as promessas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido)para legalizar o garimpo, os ianomâmis têm denunciado o aumento de invasores em seu território. A estimativa da associação Hutukara é de que haja cerca de 25 mil garimpeiros ilegais.

Em nota, o Dsei (Distrito Sanitário Especial Indígena) Yanomami, vinculado ao Ministério da Saúde, informou que a causa mortis ainda havia não sido confirmada pelo HGR.
Por não morar em terra indígena, eles não eram atendidos e não foram contabilizados pela Sesai (Secretaria Especial de Saúde Indígena), do Ministério da Saúde.

A pasta registrou outros quatro casos de contaminação pelo vírus, todos da etnia kokama, em Santo Antônio do Içá (AM).

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