Publicado em 08/07/2020 às 11h34.

Leo Prates vê contradição em posicionamento da Ufba e pede liberação de UTI em hospital

"A própria nota que ela solta reconhece que já há a presença de gestantes com Covid, então não é a presença de leitos que vai acabar gerando a contaminação dos pacientes"

Matheus Morais / Rayllanna Lima
Foto: Matheus Morais/bahia.ba
Foto: Matheus Morais/bahia.ba

 

Secretário de Saúde de Salvador, Leo Prates (PDT) apontou contradição no posicionamento da Ufba (Universidade Federal da Bahia), ao dizer que o Hospital Salvador não deve receber pacientes com Covid-19 para evitar que o vírus se espalhe para gestantes, bebês e funcionários, uma vez que já há casos da doença.

“Com todo respeito e humildade que tenho, a própria nota que ela solta já reconhece que já há a presença de gestantes com Covid, então não é a presença de leitos que vai acabar gerando a contaminação dos pacientes. Fora que o Município realizou obras no Salvador, seguindo todos os protocolos para proteger a Climério de Oliveira, que está, inclusive, em um espaço que não a pertence. O Hospital Salvador entrou numa licitação voluntariamente em uma venda de leitos para a cidade do Salvador”, disse Leo nesta quarta-feira (8).

A declaração ocorreu após o secretario comemorar a decisão do prefeito ACM Neto (DEM) de só retomar atividades econômicas na cidade quando houver redução nas taxas de ocupação dos leitos clínicos e de UTI.

“Vamos fazer o maior esforço já feito durante essa pandemia para a abertura de 99 leitos de UTI em 23 dias. Ontem [terça-feira, 7] já abrimos dez. Vinte a mais no Sagrada [Família]], vinte 20 no Wet, que quero abrir até quarta. Mais 24 no Salvador – a gente volta a apelar para a Justiça Federal. Quem precisa disso não é  secretario ou o prefeito, quem  precisa disso é a cidade do Salvador. E mais vinte e cinco na Fonte Nova, em parceria com o Governo do Estado. A expectativa é que, com esses 99, nossa taxa vá para 71%, 72%, viabilizando a abertura do comércio”, disse.

Entenda

A Ufba recentemente acionou a Justiça Federal para que o Hospital Salvador não aceite pacientes infectados pelo vírus, visto a Maternidade Climério de Oliveira está funcionando provisoriamente no espaço, enquanto as instalações no bairro de Nazaré passam por obras.

“A medida é de todo imprópria e perigosa para a saúde de gestantes, puérperas e recém-nascidos, além do corpo técnico da maternidade, já que, de acordo com pareceres técnicos solicitados pela MCO e pela Ebserh, o hospital não oferece nenhuma condição de isolamento entre as alas, obrigando o compartilhamento de espaços comuns nas instalações da unidade”, disse a universidade em nota.

Em resposta, a Sesab (Secretaria da Saúde do Estado da Bahia) recomendou a implantaçao dos leitos, dissendo nao haver incompatibilidade técnica para o funcionamento da Maternidade Climério de Oliveira e a implantação, em outros andares, de vinte leitos de Terapia Intensiva (UTIs) destinados ao atendimento de pacientes com Covid-19, pela Prefeitura de Salvador.

O parecer da Sesab foi encaminhado à Justiça, após o reitor da Ufba, João Carlos Salles, solicitar uma liminar para proibir que pacientes diagnosticados com coronavírus sejam encaminhados ao hospital. “A posição do Reitor da Ufba é equivocada e contrária à necessidade da população e do SUS. A recomendação da Vigilância Epidemiológica Estadual e do Centro de Operações de Emergência em Saúde é que a Maternidade Climério de Oliveira seja unidade de referência para Covid-19. Portanto, não há qualquer impedimento para implantar uma UTI lá”, disse o secretário da Saúde da Bahia, Fábio Vilas-Boas.

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