Ministério da Saúde diz que está monitorando novas variantes do coronavírus
Foram registrados no Brasil, até 20 de fevereiro, 204 casos de novas cepas do vírus
Desde as primeiras informações sobre possíveis casos de variantes da Covid-19, o Ministério da Saúde tem orientado estados e municípios a ampliarem o sequenciamento de rotina dos vírus respiratórios. De acordo com levantamento realizado pela Secretaria de Vigilância em Saúde, a partir das notificações recebidas pelas secretarias estaduais de saúde, foram registrados 204 casos de variantes do vírus SARS-CoV-2 no Brasil. Os dados são até 20 de fevereiro de 2021.
Do total das notificações, foram identificados 20 casos da Variante de Atenção do Reino Unido, sendo: São Paulo (11), Bahia (6), Goiás (2), Rio de Janeiro (1). Após investigação epidemiológica foi constatado que dois casos anteriormente informados como sendo do Distrito Federal são de Goiás, uma vez que os pacientes são residentes de cidades deste estado.
Em relação à variante P.1, identificada originalmente no estado do Amazonas, foram notificados 184 casos, sendo: Amazonas (60), São Paulo (28), Goiás (15), Paraíba (12), Pará (11), Bahia (11), Rio Grande do Sul (9), Roraima (7), Minas Gerais (6), Paraná (5), Sergipe (5), Rio de Janeiro (4), Santa Catarina (4), Ceará (3), Alagoas (2), Pernambuco (1) e Piauí (1). Até o momento, não há registro da circulação da variante descoberta na África do Sul. Devido à constante investigação epidemiológica e novas notificações, os dados estão sujeitos a alterações.
O Ministério da Saúde enviou nesta terça-feira (23) uma nova Nota Técnica para os Estados e Distrito Federal com informações sobre as novas variantes identificadas até o momento. O documento orienta ainda medidas que devem ser adotadas e intensificadas pelas secretarias de saúde estaduais, a fim de monitorar e evitar a propagação das novas variantes no país.
Monitoramento
Desde o ano 2000, como parte da rotina da vigilância dos vírus respiratórios, o Ministério da Saúde orienta a realização de sequenciamento genético de uma parte das amostras coletadas no Brasil. Com a pandemia da Covid-19, esses exames continuaram sendo realizados. O sequenciamento genético não é um método de diagnóstico e não é realizado para a rotina da confirmação laboratorial de casos suspeitos da Covid-19.
A análise do resultado é utilizada para quantificar e qualificar a diversidade genética viral circulante no país. Para a saúde pública, o sequenciamento genético do vírus SARS-CoV-2, aliado a outros estudos, possibilita sugerir se as mutações identificadas podem influenciar potencialmente na patogenicidade, transmissibilidade, além de direcionar medidas terapêuticas, diagnósticas ou ainda contribuir no entendimento da resposta vacinal.
A partir desse monitoramento, foi constatado que as linhagens mais prevalentes circulantes no Brasil desde o início da pandemia são B.1.1.28 e B.1.1.33. Essas cepas não são consideradas como variantes de atenção, caracterizadas quando as mutações ocasionam alterações relevantes clínico-epidemiológicas, como maior gravidade e maior potencial de infectividade.
Os sequenciamentos genéticos e outras análises complementares para o vírus SARS-CoV-2 são realizados pelos Centros de Referência de Influenza, que são três Laboratórios de Saúde Pública no Brasil: Fundação Oswaldo Cruz (RJ), Instituto Adolfo Lutz (SP) e Instituto Evandro Chagas (PA).
Além desses, outros laboratórios públicos e privados, no Brasil, também realizam apoiam as análises e sequenciamento em suas linhas de pesquisa. Por isso, muitos resultados podem ter sido notificados apenas aos municípios ou estados ou, até mesmo, ainda não terem sido notificados a nenhum ente do Sistema Único de Saúde (SUS), sendo depositados apenas em sites abertos de sequenciamento genômico.
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