Motoristas de aplicativos sofrem com queda no número de passageiros

Apesar de se enquadrar em um dos serviços essenciais para a população, os motoristas de aplicativo sofrem com a queda no fluxo de clientes por causa da pandemia causada pelo novo coronavírus. Alguns deles dependem 100% da renda das corridas, e, pelo movimento menor, a situação ficou complicada.

Segundo o presidente do Sindicato dos Motoristas por Aplicativos da Bahia, Átila Santana, o auxílio da Prefeitura de Salvador, no valor de R$ 270, “é louvável”. Mas ele pondera que “muita coisa precisa ser feita”.

“Muitos motoristas não foram cadastrados para receber o auxílio, mesmo sendo trabalhador acima de 40 anos. Sem falar que as empresas não nos deram nenhum auxílio. Os motoristas que não se encaixam nos requisitos, por exemplo, precisam tentar o auxílio emergencial do governo federal”, disse Átila em entrevista ao bahia.ba.

Segundo ele, existe ainda uma lista com mais de 70 motoristas que rodaram no mês de fevereiro, têm mais de 40 anos, e que, segundo a Secretaria de Mobilidade, não tiveram os nomes enviados pelas empresas.

“Nós não podemos tomar a frente e pedir que eles sejam inclusos no auxílio, mas o nosso papel como sindicato é sinalizar à secretaria que esses motoristas não estão irregulares. O que a gente pede é que uma ligação seja feita às empresas e que eles revisem essa lista que foi enviada à prefeitura com o nome dos beneficiados”.

O secretário de Mobilidade, Fábio Mota, disse ao bahia.ba que a prefeitura solicitou às empresas essa lista, e que, após a divulgação da concessão do auxílio, “muitos motoristas resolveram solicitar novas adesões às empresas de aplicativos.”

“O nosso critério de pagamento é para aqueles que trabalharam durante o mês de fevereiro, que foi 15 dias antes da pandemia começar. Quem se cadastrou após esse período não terá direito ao auxílio”, afirmou o secretário.

O que dizem as empresas

O bahia.ba entrou em contato com as empresas de aplicativo Uber e 99 sobre o que eles têm feito para auxiliar e amenizar a vida dos associados que dependem 100% da renda das corridas.

A Uber respondeu que ‘as equipes trabalham para ajudar as autoridades de saúde pública a responder à pandemia e tomar ações que apoiem os usuário, motoristas e entregadores parceiros.’

Segundo eles, o motorista que for diagnosticado com a Covid-19 ou que fizer parte do grupo de risco poderá solicitar uma assistência financeira por até 14 dias, mediante apresentação de atestado médico solicitando o isolamento.

A 99 também esclareceu ao bahia.ba que tem disponível um fundo para ajudar motoristas que sejam diagnosticados com a Covid-19. Segundo eles, esse valor é calculado a partir da média dos ganhos diários do motorista no período de setembro de 2019 a fevereiro de 2020.

O auxílio cobre um período de 28 dias para quem testar positivo para a Covid-19, e 14 dias para quem for colocado em quarentena por recomendação médica. Esse valor é pago em parcela única, com o valor mínimo a ser depositado de R$ 300.