Publicado em 21/05/2020 às 15h51.

Pelo menos 20% das vendas de 2020 já foram perdidas, afirma Sindilojas

Segundo o presidente do sindicato, Paulo Mota, o cenário é crítico e o prejuízo é irrecuperável

Bianca Rocha
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba
Foto: Rayllanna Lima/bahia.ba

 

O fechamento das lojas nos shoppings centers de Salvador trouxe um novo cenário aos empresários do setor. Com lucro baixo nas vendas em períodos em que, antes da pandemia, eram vistos como época de liquidações por causa dos festejos ocasionados no período, o cenário é crítico e o prejuízo é irrecuperável, afirma o Sindicato dos Lojistas.

“Com as lojas fechadas o prejuízo é total vendas perdidas não se recuperam. Não tenho como estimar uma perda em porcentagem, já que não houve vendas. O que sei é que pelo menos 20% das vendas do ano de 2020 já foram perdidas”, afirmou ao bahia.ba o presidente do Sindilojas,  Paulo Mota.

Apesar do prejuízo nas vendas, Paulo contou que não houveram demissões. “O desemprego no setor está protegido com a MP 936 que flexibiliza a relação capital/trabalho. O problema não só do emprego, mas também da sobrevivência das empresas. Esse é o nosso desafio pós pandemia”, enfatizou o empresário.

Segundo ele, o sindicato está em busca de soluções para o setor após a retomadas das atividades. “Os desafios serão imensos e o Sindilojas-BA estará presente com uma assessoria jurídica e econômica para solucionar os problemas de uma maneira coletiva a modo em que possamos apoiar os empresários um a um”, afirmou.

Recentemente, o prefeito ACM Neto autorizou que os shoppings de Salvador funcionem com o sistema drive-thru, mas para Paulo, esse é um desafio grande para os lojistas. Ele disse que os empresários precisam tomar cuidado por causa do direito do consumidor. “O sindicato é cauteloso sobre essa iniciativa liberada pela prefeitura. O Procon está pronto para achar o que o consumidor for preterido em seus direitos”, concluiu.

Apesar do prejuízo em dinheiro que os lojistas da capital baiana tiveram nesses dois meses, o micro empresário Humberto Neto afirma que há também uma perda de experiências que nunca mais serão as mesmas quando for retomada as atividades pós pandemia.

Humberto é sócio de um quiosque e contou ao bahia.ba que o comércio dele é mais baseado em “experiências” do que nos lucros em si. “A maioria dos meus clientes são pessoas que passam pelo quiosque e sentem a vontade de tomar o café, comer um pão de queijo… Vai ser complicado retornar ter esse contato novamente. A gente fica cauteloso”, contou.

Para o empresário, esse distanciamento é necessário. “O único jeito que temos para conter o avanço desse vírus é ficando em casa. Como empresário, acho que é importante continuarmos fechados até a situação melhorar. Acredito que, mesmo se estivéssemos em funcionamento no meio dessa pandemia, o lucro teria diminuído do mesmo jeito”, contou.

Relacionado a volta das atividades, Humberto afirma que tem medo de quanto tempo isso vai durar e ressalta que quando isso acontecer, as pessoas continuarão com medo. “Tem países que já retornaram as atividades e o fluxo ainda é abaixo de 30%. As pessoas estão receosas em sair da rua, imagina só sentar no meio do shopping para tomar café?”, questionou.

Humberto afirma ainda que para essa volta acontecer é preciso tomar todos os cuidados necessários. “O meu dever é trazer tranquilidade para os meus clientes. Portanto, a estratégia é diminuir as mesas das praças, funcionários sempre equipados com os EPIs necessários, álcool em gel e luvas sempre presentes também. A intenção é fazer com que os meus clientes sintam-se a vontade no ambiente”, concluiu.

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