Publicado em 13/05/2020 às 18h00.

Povos Indígenas contam 77 mortos por coronavírus e 308 infectados

Dados são diferentes daqueles contabilizados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena, que registra 19 óbitos e 222 casos confirmados

Redação
Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados

O Comitê Nacional pela Vida e Memória, organizado pela Articulação dos Povos Indígenas, contabiliza 77 óbitos decorrentes da contaminação pelo novo coronavírus. O número de indígenas infectados chega a 308. Os dados foram atualizados na última segunda-feira (11).

Os dados são diferentes daqueles contabilizados pela Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), vinculada ao Ministério da Saúde. A pasta registra 19 óbitos e 222 diagnósticos. De acordo com lideranças, isso ocorre porque a Sesai considera apenas indígenas aldeados. Aqueles que vivem em contexto urbano são excluídos do registro federal.

“Não são apenas números, são pessoas, são memórias e histórias dos povos Apurinã, Atikum, Baniwa, Baré, Borari, Fulni-ô, Galiby Kalinã, Guarani, Hixkaryana, Huni Kuin, Jenipapo Kanidé, Kariri Xocó, Kaingang, Karipuna, Macuxi, Mura, Munduruku, Pandareo Zoro, Pankararu, Palikur, Pipipã, Sateré Maué, Tariano, Tembé, Tikuna, Tukano, Tupinambá, Tupiniquim, Warao e Yanomami. Todos afetados pela pandemia”, destaca trecho da carta elaborada pela iniciativa.

As lideranças também se preocupam com a saída de indígenas de suas comunidades para terem acesso ao auxílio emergencial. A contaminação tende a subir, já que têm de se expor ao risco, seja para acessar a internet ou para ir a uma agência bancária. As lideranças mencionam a falta de consideração do contexto de comunidades tradicionais na elaboração do projeto de distribuição da renda emergencial.

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