Publicado em 24/07/2020 às 12h30.

Prefeitura recorrerá a Toffoli para tentar reverter decisão que embarga UTI no Hospital Salvador

Segundo o prefeito ACM Neto, presidente do STF vai conhecer os argumentos do município e entender que não há risco em atendimento na unidade

Redação
ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador (Foto: Max Haack/Secom)
ACM Neto (DEM), prefeito de Salvador (Foto: Max Haack/Secom)

 

O prefeito ACM Neto (DEM) afirmou na tarde desta sexta-feira (24) que o município vai recorrer ao próprio presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, para tentar reverter a decisão individual do magistrado de embargar o funcionamento de leitos de UTI para pacientes com Covid-19 no Hospital Salvador, na Federação.

A determinação ocorreu por meio de uma liminar concedida por Toffoli na noite de quinta (23), a pedido do reitor da Universidade Federal da Bahia (Ufba), João Carlos Salles. O dirigente acadêmico é contra a instalação dos leitos no hospital por entender que pacientes com coronavírus oferecerão riscos à saúde de gestantes, parturientes e recém-nascidos atendidos na Maternidade Climério de Oliveira, que funciona provisoriamente no espaço.

Segundo ACM Neto,  assim que for notificada oficialmente da determinação provisória, a prefeitura deixará de enviar novos pacientes para a unidade até que o recurso da Procuradoria-Geral do Município (PGM) seja julgado.

Ele disse que, apesar de respeitar a decisão, não há, por questões humanitárias e até de saúde pública, como retirar os pacientes que já estão internados nos leitos.

“Começamos a ocupar os leitos assim que obtivemos a decisão favorável na Justiça Federal diante da segunda ação do reitor da Ufba contra a Prefeitura. Acredito que teremos sucesso também nesse novo recurso, como tivemos nos outros dois anteriores, porque o ministro Dias Toffoli vai conhecer os argumentos do município e entender que não há risco algum em manter esse atendimento no Hospital Salvador. Enquanto isso, embora eu defenda que decisão judicial tem que ser cumprida, não temos como desocupar aqueles leitos já ocupados”, disse ACM Neto em uma entrevista coletiva.

“Quando formos informados oficialmente dessa decisão, o que não ocorreu ainda, vamos deixar de enviar novos pacientes de Covid-19 para o Hospital Salvador até que nosso recurso seja julgado em decisão favorável no próprio Supremo, espero”, acrescentou.

Ampliação 

ACM Neto lembrou os 10 leitos de UTI exclusivos para enfrentar o novo coronavírus que começaram a funcionar esta semana no Hospital Salvador foram fundamentais para garantir que a capital baiana entrasse nesta sexta (24) na fase um da retomada econômica, com a reabertura de shoppings, centros comerciais e grandes lojas de rua. Isso porque eles ajudaram a manter a taxa de ocupação nas UTIs abaixo dos 75% —na manhã de hoje ficou em 72%.

De acordo com o prefeito, o município já planeja instalar outros 14 leitos de UTI no mesmo hospital. “Isso é extremamente importante já pensando na fase dois da reabertura. Esses leitos podem ser vitais para alcançarmos a taxa de ocupação de 70%, o exigido para a segunda etapa da retomada. Na manhã de hoje, já chegamos a 72%”, disse.

O prefeito também voltou a criticar o reitor da Ufba João Carlos Salles. “Ninguém é louco de misturar pacientes com a Covid-19 com gestantes da Climério de Oliveira, que está funcionando no Hospital Salvador por atraso da própria universidade nas obras da maternidade. De modo que esse reitor está sendo insensível, virando as costas para quem precisa de UTI, como se vivesse numa bolha”.

ACM Neto disse que a própria universidade já havia informado sobre casos de mulheres grávidas com Covid-19 nas instalações provisórias da Climério de Oliveira antes dos leitos da Prefeitura começarem a funcionar e lembrou que hospitais de grande porte em Salvador possuem espaços isolados para tratar pacientes com o novo coronavírus enquanto realizam atendimento normal de outras situações, inclusive partos.

“A prefeitura fez todo um trabalho de infraestrutura para garantir que essas UTIs do Hospital Salvador ficasse isoladas, sem risco para outros pacientes”, afirmou o prefeito.

 

 

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