Publicado em 19/04/2020 às 13h00.

Presidente do Sebrae diz que impacto econômico da pandemia será prolongado

Para Carlos Melles, crise reduzirá poder de compra e forçar empreendedor a migrar para o ambiente virtual

Alexandre Santos
Foto: Portal do desenvolvimento
Foto: Portal do desenvolvimento

 

 Os impactos da crise nos pequenos negócios serão prolongados, na opinião de Carlos Melles, presidente do Sebrae. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, ele afirmou que as empresas terão de se reinventar, uma vez que os hábitos de consumo devem sofrer mudanças permanentes.

“Vemos uma explosão de lives nas redes sociais. Quem não estava 100% conectado foi obrigado a fazendo isso às pressas. Quando o isolamento terminar, os empresários deverão manter contato direto com os clientes, para continuar gerando valor e atendendo às suas necessidades”, disse.

“Empresas que já investiam em plataformas online e de entrega se adaptaram rapidamente e até aumentaram as vendas. Mas alguns setores mais afetados, como o varejo tradicional, o turismo, os salões de beleza e a alimentação fora do lar, que representam 13 milhões de negócios, estão passando por uma transformação digital forçada”, constatou Melles.

Em sua avaliação, os impactos não são momentâneos. “Além de reduzir o poder de compra, a crise vai acentuar tendências que já vinham crescendo, como as vendas online, o delivery, o teletrabalho e o uso do WhatsApp como ferramenta de interação com os clientes”, estima.

Plano de sobrevivência

Diante do cenário econômico desfavorável, além de capacitar os empreendedores para lidar com os novos desafios, o Sebrae destinou metade da sua arrecadação para um fundo que servirá como garantia para que empresários consigam obter empréstimos junto aos bancos.

“Nossa expectativa é que sejam feitas operações de microcrédito que somem R$ 12 bilhões até o final do ano”, diz.

De acordo com o presidente do Sebrae, planejar e negociar são as palavras de ordem. “O primeiro passo é dimensionar os custos e avaliar se é conveniente manter a empresa operando normalmente, reduzir a operação ou fechar as portas até que a crise passe”, explica.

“Depois, é preciso reduzir ao máximo os gastos secundários, que não são imprescindíveis para manter a empresa aberta, e negociar com os públicos do negócio: fornecedores, parceiros, clientes, agentes financeiros. Vale tentar reduzir o aluguel, alongar prazos de financiamentos e de entrega aos clientes”, orienta Melles.

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