Publicado em 23/12/2021 às 12h02.

Queiroga diz que número de mortes de crianças ‘não implica em decisões emergenciais’

Declaração se deu após governo abrir consulta pública e ministro dizer que 'pressa é inimiga da perfeição'

Redação
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

 

Após anunciar uma consulta pública para tratar do tema, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, minimizou a urgência de uma decisão para liberar a vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a Covid-19, nesta quinta-feira (23). A informação é do jornal O Globo.

“Os óbitos de crianças estão dentro de um patamar que não implica em decisões emergenciais. Ou seja, isso favorece que o ministério possa tomar uma decisão baseada na evidência científica de qualidade, na questão da segurança, na questão da eficácia. Afinal de contas, nós queremos levar para os pais e para as mães uma palavra de conforto e de esperança e hoje nós estamos na época do Natal, é uma época propícia para isso”, disse Queiroga.

Segundo o jornal, dados oficiais apontam que 301 crianças morreram no Brasil em decorrência da doença desde a chegada do coronavírus até o dia 6 de dezembro, o que representa 14,3 mortes por mês ou um óbito a cada dois dias. Dados da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização da Covid-19 mostram ainda que 2.978 diagnósticos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por Covid ocorreram em crianças de 5 a 11 anos, totalizando 156 mortes em 2020. Em 2021 já foram registrados 3.185 casos nessa faixa etária, com 145 mortes, o que soma 6.163 casos e 301 mortes desde o início da pandemia.

Apesar da resistência do governo e da oposição do presidente Jair Bolsonaro, a imunização deste público alvo com a vacina da Pfizer foi autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e recomendada por estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

“A faixa etária de 5 a 11 anos é onde se identifica menos óbitos em decorrência da Covid-19. Cada vida é importante. Nós lamentamos por todas as vidas. Agora, o Ministério da Saúde tem que tomar as suas decisões com base nas evidências científicas”, argumentou o ministro da Saúde, segundo o qual “mesmo que as vacinas começassem a ser aplicadas amanhã” o problema não será resolvido rapidamente.

Em sua fala, Queiroga questionou ainda a eficácia das vacinas aprovadas pela Anvisa contra a cepa Ômicron da Covid. “O lugar para se discutir esses temas é aqui no Ministério da Saúde. A consulta pública visa ouvir a sociedade, isso não é uma eleição, isso não é para opinião de grupo de ‘zap’. Nós queremos ouvir a sociedade, inclusive ouvir os especialistas. Nós não podemos ouvir os especialistas nos canais de televisão. O ministério não se guia pelas opiniões que são exaradas nos canais de televisão, embora respeitemos a imprensa. O lugar de se debater isso com especialistas é em uma audiência pública no Ministério da Saúde”, declarou.

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