Publicado em 29/02/2024 às 15h11.

Aperto no crédito abre espaço para expansão de empréstimos com fornecedores

Primeiro ciclo de aumento desde o intervalo entre 2013 e 2018, de acordo com o estudo

Redação
Foto: reprodução site da Fieb

 

A pressão no mercado de crédito bancário nos últimos anos levou as empresas brasileiras a recorrer com ainda mais intensidade ao chamado empréstimo mercantil uma modalidade de financiamento não bancário contraído junto a fornecedores e outros negócios, usado principalmente para ganhar mais prazo para o pagamento de serviços e produtos contratados, segundo informações do portal Bloomberg Línea.

De todo o crédito tomado pelas empresas, 39,2% eram da modalidade mercantil até o final de 2022, de acordo com um estudo da Serasa Experian. O resultado mostra que o Brasil teve dois anos seguidos de expansão do crédito mercantil depois de uma fase de retração.

O crescimento do crédito mercantil coincide com um período de inflação elevada, juros em alta e inadimplência de famílias e empresas em ascensão, o que levou as instituições financeiras a ficarem mais seletivas e criteriosas na concessão de crédito.

“As empresas que necessitam manter um certo nível de endividamento para tocar suas atividades acabam recorrendo ao chamado crédito mercantil. É o atacado financiando o varejo, e é a indústria financiando tanto o atacado quanto o varejo. Essas empresas fornecedoras desempenham de certa forma o papel de instituições financeiras dos seus clientes, para eles continuarem operando”, diz Luiz Rabi, economista da Serasa Experian e responsável pelo estudo.

Para 2024, as perspectivas são mais amenas, com a redução das taxas de juros e a indicação dos bancos de que podem voltar a expandir a concessão de crédito.

O economista notou que, quanto mais próximo do consumidor a atuação da empresa, maior é a participação do crédito mercantil, como é o caso do varejo e do atacado, que movimentam muitos estoques de produtos acabados.

“O crédito mercantil não chega a ser um competidor do crédito bancário. Ele é um complemento que ganha preponderância em momentos em que o bancário acaba se retraindo. Ele tem esse papel fundamental no financiamento das atividades de diversos setores”, concluiu o economista.

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