Áudio de delator da JBS compromete procurador preso e advogado
Em gravação, Willer Tomaz explica a Antonio Assis como repartiu R$ 4 milhões recebidos da empresa; Ângelo Vilella Goulart seria um dos beneficiados
O procurador da República Ângelo Vilella Goulart, preso pela Polícia Federal acusado de participar de esquema ilícito para beneficiar a JBS, e o advogado Willer Tomaz ficaram ainda mais comprometidos após a divulgação de um áudio inédito gravado pelo delator Francisco Assis, do jurídico da empresa.
Segundo a coluna Radar On-line da Revista Veja, na gravação, Tomaz explica para Assis sobre como repartiu R$ 4 milhões recebidos da JBS. Além do próprio procurador e do advogado, a propina dividida em quatro partes também beneficiaria o publicitário André Gustavo Vieira e o presidente da seccional de Brasília da Ordem dos Advogados do Brasil, Juliano Couto.
Em outro momento Francisco de Assis pergunta ao defensor se Goulart era informado sobre as entregas mensais no valor de R$ 50 mil. Tomaz responde: “Total”.
Em defesa, Tomaz e Goulart garantem que se encontravam para negociar a delação da JBS.
Acompanhe abaixo a transcrição dos diálogos:
Trecho 1
Francisco Assis (FA): Não, eu fiquei uma semana sem vir aqui, tratei esse negócio com o Anselmo por telefone.
Willer Tomaz (WT): Tá bom.
FA: Eu te mandei a petição.
WT: Tá, Anselmo tá indo agora para Búzios só volta domingo que vem, eu tive uma reunião aqui (ininteligível)
FA: Cadê o Ângelo?
WT: (Ininteligível). Vai viajar também para Búzios.
FA: Eles vão juntos?
WT: Sim, sim, estão sempre juntos…
FA: Os caras se pegam aí.
WT: Não, não, não se pega não, porque eles gostam de outra coisa.
FA: Tá claro para o Ângelo…
WT: Total, Total
FA: …que a gente tem um acordo, que ele tem uma remuneração, que ele tem que nos ajudar, tá claro isso pra ele? (Ininteligível).
WT: Deixa eu te dizer uma coisa, eu tenho tranquilidade no Anselmo porque ele é ambiente, só que você precisa me pautar.
FA: Então eu tô querendo te pautar.
Trecho 2
FA: (Ininteligível). Com quem?
WT: Com a Petrobras (ininteligível) desde novembro de 2008, tem que ser de 2008 esse processo, tipo (ininteligível) de escolha do gestor do fundo (ininteligível). Isso vira análise de risco (ininteligível), ata dia 25 de junho, que após o investimento natural (ininteligível) se eu viajo (ininteligível) pra Austrália, (ininteligível) na JBS lá, ainda tiram férias e ficam por lá, foi com ele Alcinei (ininteligível) executivo da parte imobiliária (ininteligível) na época…
FA: 2000 e…
WT: 2009? (Ininteligível).
FA: O Anselmo estava?
WT: Ele tava. (Ininteligível).
FA: Joesley falou assim: “Francisco (ininteligível) nós fizemos um contrato de 5 pau e aí o que você me fala”.
WT: (Ininteligível) sobrando nada (ininteligível) um gesto de vocês.
FA: Como, cara?
WT: (Ininteligível) esse do teu amigo foi com o André, com o amigo do, do, irmão do Joesley, está até perturbando aí, porque…
FA: 1/3?
WT: 1/3, o outro um terço pro Juliano, e o outro um terço tô repassando pra Ângelo.
FA: Mas não era 5…
WT: Não foi 5 não, foi o 4, (ininteligível), o negócio foi assim pequenininho, o negócio ficou desse tamanho, que ficou de fato de fato (ininteligível).
FA: Não, então dá pra você pedir pra ele pra gente fazer uma reunião, nós 3 no meu trabalho.
WT: Você não me acredita.
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