Publicado em 28/08/2020 às 13h24.

MPF diz que investigação contra Witzel é ‘túnel do tempo’ de Cabral

Nesta sexta-feira, STJ determinou o afastamento imediato do político do cargo de governador do RJ

Redação
Foto: Tania Rego/ Agência Brasil
Foto: Tania Rego/ Agência Brasil

 

O procurador da República Eduardo El Hage, coordenador da força-tarefa da Operação Lava Jato no Rio, afirmou que a semelhança do suposto esquema de corrupção comandado pelo governador Wilson Witzel (PSC) com a atuação da quadrilha do ex-governador Sérgio Cabral (MDB) fez com que os investigadores se sentissem em um “túnel do tempo”.

A declaração do procurador foi dada na manhã desta sexta-feira (28), segundo o portal UOL.

Mais cedo, o STJ (Superior Tribunal de Justiça) determinou o afastamento imediato de Witzel do cargo de governador do Rio de Janeiro devido a suspeitas de fraude em compras na área da saúde durante a pandemia do coronavírus. A decisão do ministro Benedito Gonçalves tem validade inicial de 180 dias. Witzel também foi denunciado pela PGR (Procuradoria-geral da República).

De acordo com o procurador, Witzel teria usado ao menos três mecanismos semelhantes aos de Cabral para desviar e lavar recursos públicos. O governador e os demais citados negam as acusações. “Nos vimos como num túnel do tempo, revendo diversos fatos que já tínhamos investigado, só que com outros personagens”, disse El Hage, segundo o UOL.

Assim como Cabral e Adriana Ancelmo, Witzel teria usado o escritório de advocacia da primeira-dama, Helena Witzel, para simular a prestação de serviços advocatícios, de forma a lavar recursos oriundos dos cofres públicos do estado.

O procurador também mencionou a utilização de uma transportadora de valores para ocultar o dinheiro obtido com as fraudes. Há ainda a utilização de doleiros no Uruguai, a exemplo do esquema comandado pelos doleiros Juca Bala e Tony — que acabaram delatando Cabral e seus parceiros.

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