Publicado em 13/11/2019 às 11h50.

Embaixada da Venezuela em Brasília é invadida por manifestantes pró-Guaidó

PM foi acionada e, à princípio, não retirou as pessaos da embaixada já que o local, na prática, é um território estrangeiro; posteriormente, contudo, acabou entrando

Redação
Foto: Reprodução
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A embaixada da Venezuela em Brasília foi invadida na manhã desta quarta-feira por um grupo de 20 simpatizantes de Juan Guaidó, o autoproclamado presidente da Venezuela.

Os manifestantes, de acordo com relatos, pularam o muro e ocuparam as instalações. O grupo, no entanto, nega e afirma ter entrado no local pacificamente, contando, inclusive, com a autorização de funcionários, que teriam “desertado” e aberto os portões.

A PM foi acionada e, à princípio, não retirou as pessaos da embaixada já que o local, na prática, é um território estrangeiro. Posteriormente, contudo, acabou entrando.

O encarregado de negócios do país no Brasil, Freddy Meregote, disparou áudios para parlamentares e lideranças de movimentos sociais para que saíssem em seu socorro.

“Companheiros, informo que pessoas estranhas às nossas instalações estão entrando [na embaixada], estão violentando o território venezuelano. Necessitamos ajuda e uma ativação imediata de todos os movimentos sociais e partidos políticos”, afirmou Meregote em sua mensagem, de acordo com a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo.

À Folha, ele negou que funcionários da própria embaixada tenham permitido a entrada do grupo por também reconhecer Guaidó como o mandatário venezuelano. “Todos os funcionários da embaixada reconhecem Maduro como presidente legítimo da Venezuela. Não houve isso”, disse.

Em comunicado, a advogada María Teresa Belandria Expósito, indicada por Guaidó como embaixadora do Brasil e reconhecida pelo presidente Jair Bolsonaro, diz que “um grupo de funcionários da embaixada da Venezuela no Brasil se comunicou conosco para nos informar que reconhecem o presidente Juan Guaidó”.

Tais funcionários teriam, então, aberto as portas para entregar “voluntariamente a sede diplomática à representação legitimamente reconhecida no Brasil”. A advogada disse também que a ação “foi comunicada imediatamente ao Ministério das Relações Exteriores”.

O encarregado de negócios indicado por Maduro diz que famílias com crianças estão dentro das instalações, sendo “assediadas” pelos manifestantes. Expósito, por sua vez, afirma que os funcionários estão sendo apenas convidados para “incorporar-se ao trabalho da embaixada”, com todos os “direitos trabalhistas garantidos”.

Um grupo de deputados, liderados pelo petista Paulo Pimenta (PT-RS), foi à embaixada logo cedo para tentar expulsar os invasores.

A Venezuela não tem embaixador no Brasil desde 2016, quando Nicolás Maduro chamou o então representante de seu governo em Brasília de volta a Caracas em protesto contra o impeachment de Dilma Rousseff.

Neste ano, o governo de Jair Bolsonaro reconheceu Guaidó como presidente da Venezuela. Ele então recebeu a carta credencial da advogada venezuelana María Teresa Belandria Expósito, nomeada representante da Venezuela no Brasil por Guaidó.

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