Publicado em 04/10/2019 às 21h40.

Próximos 18 meses serão cruciais para acordo Mercosul-UE, diz vice-ministro alemão

Segundo Thomas Bareiss, desaquecimento da economia europeia não será empecilho à aprovação do acordo

Redação
Foto: Alan Santos/PR
Foto: Alan Santos/PR

 

A Alemanha tem pregado pragmatismo depois da série de atritos diplomáticos entre o governo brasileiro a lideranças europeias e definiu os próximos 18 meses como cruciais para superar lobbies e ratificar o acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia, cuja primeira versão foi aprovada em junho.

O acordo é resultado de vinte anos de negociações e considerado fundamental no processo de abertura comercial da economia brasileira. As comemorações, porém, acabaram ficando em segundo plano pela crise diplomática gerada após o recrudescimento dos incêndios na Amazônia.

“Estamos diante de oportunidade histórica de avançar significativamente em nosso relacionamento e os próximos dezoito meses serão decisivos”, disse à Folha o vice-ministro de Economia e Energia da Alemanha, Thomas Bareiss.

Um exemplo dos obstáculos pôde ser visto nesta quinta (19), quando o Parlamento da Áustria aprovou moção que obriga o governo daquele país a vetar a participação no acordo, usando como justificativa a postura do governo Bolsonaro em relação à floresta.

“É claro que há muitas tendências contra o livre comércio e a favor do protecionismo e isso nos preocupa”, afirmou Bareiss, que esteve esta semana no país para encontrar empresários alemães com negócios no Brasil e participar da 16º Conferência de Segurança Internacional do Forte de Copacabana.

Na sua opinião, o desaquecimento da economia europeia não será empecilho à aprovação do acordo nos países do continente, caso os governos sejam convencidos de que a abertura de novos mercados pode representar “um propulsor” para o reaquecimento. Bareiss minimizou acusações de interferência estrangeira na Amazônia.

“Sabemos que tanto na Alemanha quanto em toda a Europa a Amazônia é considerada o pulmão verde do mundo. Olhando para essa imagem fica óbvio porque as pessoas se interessam tanto na conservação da floresta”, comentou.

Mais notícias

Este site armazena cookies para coletar informações e melhorar sua experiência de navegação. Gerencie seus cookies ou consulte nossa política.