Publicado em 04/10/2019 às 17h15.

Segundo diretor do FBI, Facebook pode virar rede de pornografia infantil

Autoridades não querem implementação de criptografia de ponta a ponta no Messenger, extensão de mensagens privadas da plataforma

Redação
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasi
Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasi

 

A proposta do Facebook de criptografar o Messenger, seu serviço de conversas privadas, está sendo criticada por autoridades, entre elas o diretor do FBI, Christopher Wray, que disse nesta sexta-feira (4) que a plataforma poderia se tornar uma rede de pornografia infantil.

Didirigindo-se a uma multidão de autoridades policiais e de proteção à criança no Departamento de Justiça em Washington, ele disse que o plano do Facebook produziria “um espaço sem lei criado não pelo povo americano ou seus representantes, mas pelos proprietários de uma grande empresa”.

Seu discurso, que aconteceu antes de um pronunciamento sobre o mesmo tópico do procurador-geral William Barr, aumenta a pressão no Facebook, conforme os EUA e alguns governos aliados renovam seu esforço para enfraquecer as proteções digitais em torno das mensagens que bilhões de pessoas trocam todos os dias.

A segunda autoridade mais importante do Departamento de Justiça estimou que as informações dadas às autoridades sobre possíveis explorações de crianças podem cair em até 70% se o Facebook criptografar seu serviço de mensagens.

O Facebook relatou que recebeu 16 milhões de informações sobre exploração infantil no ano passado, disse o vice-procurador-geral Jeffrey Rosen. Por outro lado, a Apple, que já usa criptografia de ponta a ponta em seu messenger, relatou 43 informações recebidas no ano passado.

“Devemos assumir que a Apple magicamente administrou plataformas livres de exploração infantil?” Rosen perguntou. “Ou será que as empresas com criptografia de ponta a ponta não conseguem ver atividades ilícitas prejudiciais que estavam ocorrendo nessas plataformas e optam por olhar para outro lado implantando a criptografia?”.

O tema gera resistência entre organizações de proteção à privacidade, que alertam para vulnerabilidades à segurança de todos os usuários ao criar uma brecha em sistemas de troca de mensagens. As informações são da Folha de S. Paulo.

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