Publicado em 13/12/2019 às 12h56.

Aeroporto de Salvador muda de nome. Segundo Cid, é um desserviço à história

Pondere-se que esse troca-troca, ou a duplicidade, com o nome oficial e o do povo, faz parte da cultura nacional

Levi Vasconcelos
Foto: Carol Garcia/GOV BA
Foto: Carol Garcia/GOV BA

 

Pergunta a leitora Dayane Rodrigues, da Pituba, o que nós achamos do fato de o nome de Luís Eduardo Magalhães ter sido retirado da fachada do Aeroporto de Salvador, que agora só ostenta a marca da Vinci Aiport, a empresa que o opera.

Dayane, prezada, ficamos com o historiador Cid Teixeira, que sempre disse:

— Trocar nomes de logradouros públicos é um enorme desserviço à história.

Ele, nos seus bons tempos, citava vários fatos para justificar sua indignação. A hoje Rua Chile, por exemplo, a primeira rua do Brasil, centro de Salvador, onde a cidade nasceu, inicialmente chamava-se Rua da Porta de Santa Luzia, depois Rua Direita dos Mercadores, depois Rua Direita do Palácio e a partir de 1902, Rua Chile.

Cultura

Pondere-se que esse troca-troca, ou a duplicidade, com o nome oficial e o do povo, faz parte da cultura nacional. Assim o é que o Estádio Mário Filho, no Rio, simplesmente é o Maracanã. Em Salvador, o Bonocô é a Avenida Mário Leal Ferreira, a Paralela é Avenida Luiz Viana, a Baixa dos Sapateiros é a Rua J. J. Seabra e por aí.

No caso do aeroporto, era 2 de Julho, até passar a chamar-se Luís Eduardo Magalhães, nome oficial, que permanece, embora só no papel, e agora Vinci Aiport. O nosso estádio maior era a Fonte Nova, depois Octávio Mangabeira e hoje Arena Itaipaiva. Gostaria de ficar vivo para ver entre os dois e a Rua Chile que irá para o quarto nome.

Levi Vasconcelos

Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.

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