Publicado em 22/11/2016 às 06h50.

‘Anão’ do Orçamento, Geddel passou a ser aliado de ACM e Dilma

O político do PMDB foi ministro da Integração Nacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e agora comanda a Secretaria de Governo de Michel Temer

Luís Filipe Veloso
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

 

Uma das figuras proeminentes da política baiana, o hoje ministro Geddel Vieira Lima tem, em sua trajetória, casos polêmicos. Em 1993, então deputado federal, ele foi citado no escândalo dos Anões do Orçamento, episódio em que parlamentares foram acusados de manipular emendas para beneficiar empreiteiras, mas acabou inocentado na CPI que investigou o caso.

Na época, o ex-deputado João Alves foi apontado como articulador do esquema que envolveu 37 parlamentares e uma movimentação de R$ 100 milhões. Os políticos foram acusados de cobrar propina de empreiteiras para incluir obras no Orçamento da União ou conseguir recursos nos ministérios para garantir a realização dos projetos. Ao final seis parlamentares perderam o mandato.

Em 2002, Geddel protagonizou um bate-boca com o ex-presidente Itamar Franco, na época governador de Minas. Após ser chamado por Geddel, então líder do PMDB na Câmara, de “desleal” e “nômade partidário”, Itamar retribuiu a acusação classificando-o de “percevejo de gabinete”, “vendedor de sigla” e “anãozinho do Orçamento”.

Geddel e seu irmão, o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), cresceram no mundo político inspirados pelo pai, o ex-deputado Afrísio Vieira Lima, morto neste ano. Sua família era aliada de Antonio Carlos Magalhães e Geddel era próximo de Luís Eduardo Magalhães, filho de ACM, que morreu em 1998, quando despontava como possível presidenciável.

Rompido com o “carlismo”, Geddel foi ministro da Integração Nacional do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no período de 2007 a 2010. Enquanto chefiou a pasta, foi acusado de destinar a maior parte dos recursos para seu estado.

Geddel deixou a Esplanada dos Ministérios para concorrer ao governo da Bahia, mas perdeu a eleição de 2010 para o petista Jaques Wagner.

Voltou para o governo federal como vice-presidente de Pessoa Jurídica da Caixa Econômica, de onde saiu em 2013, após divulgar uma mensagem em uma rede social pedindo que a então presidente Dilma Rousseff publicasse sua exoneração do cargo.

A Comissão de Ética Pública da Presidência da República abriu processo para investigar se Geddel Vieira Lima pressionou o ex-ministro da Cultura Marcelo Calero para liberar a construção de um empreendimento em Salvador nos arredores de uma área tombada. Geddel disse ter comprado um apartamento no prédio.

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