Publicado em 22/06/2020 às 08h37.

Bolsonaro diz a aliados que está de ‘saco cheio de Wassef’

Presidente demonstrou irritação porque o advogado vive dando entrevistas à imprensa e causando mais estragos na administração da crise do caso Queiroz

Redação
Advogado Frederick Wassef
Foto: Reprodução/TV Globo

 

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmou a interlocutores já estar irritado com o advogado Frederick Wassef, que vive dando entrevistas à imprensa e causando mais estragos do que ajudando na administração da crise do escândalo de Fabrício Queiroz. A informação é da colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo.

De acordo com pessoas que conversaram com o presidente, ele está “de saco cheio” de Wassef.

Depois das demonstrações de Bolsonaro, o advogado anunciou no domingo (22) que está deixando a defesa do senador Flávio Bolsonaro. Disse que faz isso porque está sendo usado para que as pessoas ataquem o presidente e o próprio Flávio.

Diante do desgaste dos últimos dias, o filho do presidente contratou novo advogado, Rodrigo Roca, para o lugar dele.

Ao contrário do pai, no entanto, o senador segue manifestando apenas apreço e gratidão por Wassef.

A esperança é que o advogado agora saia do foco e não seja mais pressionado a dar explicações sobre o fato de ter abrigado Queiroz, ex-assessor de Flávio, em uma de suas propriedades.

Na semana passada, Queiroz foi preso em um sítio de Wassef em Atibaia (SP). O advogado até agora não explicou como organizou a hospedagem, mas disse assumir inteira responsabilidade pelo fato.

Segundo ele, Jair Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro nunca foram avisados de que Queiroz estava abrigado em seu sítio.

Wassef sempre demonstrou intimidade com a família Bolsonaro. Ele frequentava o Palácio da Alvorada, que é a residência oficial do presidente, e tinha livre trânsito em gabinetes de Brasília, indo inclusive à posse de ministros.

O Ministério Público do Rio de Janeiro alegou, na justificativa do pedido de prisão de Queiroz, que ele tentava obstruir as investigações e não comparecia a depoimentos do inquérito que investiga um esquema de rachadinhas na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro.

Funcionários de gabinetes de deputados estaduais como Flávio Bolsonaro, que ocupava o cargo até 2018, são suspeitos de devolver parte de seus salários aos parlamentares, transferindo um pedaço de seus ganhos para contas que beneficiavam seus chefes.

Queiroz é apontado como operador do esquema que teria beneficiado Flávio, para quem fazia pagamentos em dinheiro vivo para despesas da família do agora senador.

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