Publicado em 26/10/2016 às 08h50.

Construtora baiana pode ter sido usada em compra de cobertura de Lula

Demerval Gusmão, dono da DAG, é amigo de Marcelo Odebrecht e também é investigado da Operação Lava Jato

Redação
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula
Foto: Ricardo Stuckert/ Instituto Lula

 

A Polícia Federal suspeita que a empresa baiana DAG Construtora, do empresário Demerval Gusmão, pode ter sido usada pela Odebrecht para a compra de uma cobertura utilizada pelo ex-presidente Lula, em São Bernardo do Campo, em São Paulo. Conforme investigações da Operação Lava-Jato, em dezembro de 2010, Glaucos da Costamarques recebeu R$ 800 mil da DAG Construtora. No início de 2011, Glaucos, que é primo do pecuarista José Carlos Bumlai e amigo de Marcelo Odebrecht, comprou o imóvel e passou a alugá-lo formalmente ao ex-presidente.

Segundo reportagem do jornal O Globo desta quarta-feira (26), os investigadores supõem que a operação de aluguel tenha sido simulada para dar caráter formal ao uso do apartamento por Lula. A DAG é investigada por ser porta de saída para ocultar atividades ilícitas da empreiteira. Estaria agindo em paralelo ao setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, como era conhecido o setor de propinas.

A DAG foi usada pela Odebrecht para bancar as despesas de viagem de avião de Lula, em 2013, para os Estados Unidos, Cuba e República Dominicana. O voo custou R$ 435 mil e foi classificado pela Líder Táxi Aéreo, responsável pela viagem, como “sigiloso”.

A empresa de Gusmão pagou ainda pelo menos R$ 1,6 milhão ao lobista Fernando Baiano, acusado de ser operador de propinas para dirigentes do PMDB, em 2009 e 2010, de acordo com registros da Receita Federal. A DAG foi também fornecedora da Odebrecht em diversos contratos com suspeita de pagamento de propina.

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