Empresário, indicado para o MEC já defendeu extinção da pasta e privatização do ensino
Ex-réu por crimes fiscais, ele diz ter mudado de opinião ele diz ter mudado de opinião após estudar o tema com maior profundidade
Indicado pelo presidente Jair Bolsonaro para ser o novo ministro da Educação, o empresário Renato Feder, 41, já defendeu a extinção da pasta e a privatização de todo o ensino público, a começar pelas universidades. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
Segundo a publicação, a proposta da qual Feder disse ser entusiasta, que incluía a concessão de vouchers para as famílias matricularem os filhos em escolas privadas, está no livro Carregando o Elefante –como transformar o Brasil no país mais rico do mundo, de 2007.
Trata-se de um compilado de críticas e sugestões para as diversas áreas da administração pública brasileira, idealizadas por Feder e seu antigo colega de trabalho, Alexandre Ostrowiecki. Quando assumiu a secretaria de educação do Paraná, porém, ele afirmou que mudou de ideia sobre opiniões apresentadas no livro, incluindo a de privatização do ensino.
Para os autores, deveriam ser mantidos apenas oito ministérios e as funções das pastas da saúde e educação deveriam ser transferidas para agências reguladoras. “Muitos ministros acabam não conseguindo nem falar com o presidente e assumem papel decorativo”, afirmam.
Eles sugerem a privatização de todo o ensino, com a implantação do sistema de vouchers, em que famílias receberiam uma espécie de cupom com o qual matriculam os filhos em uma escolar particular. O valor do cupom então seria pago diretamente à escola pelo governo.
Para os autores, a livre iniciativa e a competição formariam uma “irresistível pressão” para a melhoria do ensino. O Estado, de outro lado, se livraria de uma atividade e ganharia com a venda dos imóveis que dão lugar às escolas, valor que seria destinado à dívida pública.
“Portanto, apesar do gasto operacional ser o mesmo, financeiramente a privatização do ensino sairá muito mais barato”, completam.
Ex-réu por crimes fiscais, empresário diz ter mudado de opinião
Feder também disse não defender mais o formato proposto desde que assumiu a Secretaria de Educação do Paraná, em 2019. Ao jornal Gazeta do Povo, ele relatou ter mudado de opinião após estudar o tema com maior profundidade e perceber que não houve vantagens na adoção do modelo para o aprendizado, como em experiências adotadas no Chile e nos Estados Unidos.
Antes de assumir a pasta, a convite do governador Ratinho Jr. (PSD), Feder tinha como realidade o mundo corporativo de São Paulo. Aos 24 anos, em 2003, se tornou CEO da Multilaser ao lado do amigo Alexandre, que o chamou para assumir em parceria a companhia após a morte do pai.
Eles transformaram a pequena empresa de cartuchos reciclados em uma gigante do setor da tecnologia, com faturamento anual que supera os R$ 2 bilhões.
À frente da empresa, ambos se tornaram réus por crimes fiscais por terem deixado de recolher ICMS por um ano entre 2013 e 2014.
A denúncia foi recebida em maio de 2017 pela Justiça de São Paulo. Advogado na ação, Arthur Castilho Gil afirmou que o processo está suspenso com o aval do Ministério Público Estadual. Segundo Gil, como a empresa é credora do Estado em R$ 95,7 milhões, pediu a compensação tributária para quitar a dívida.
Em nota, a Promotoria afirmou que a Justiça tem dado a Multilaser “sucessivos prazos” para a compensação e que já se manifestou pelo seguimento da ação. “O que não é possível, sob risco de prescrição ou perda de provas, é ficar parado o processo”, completa a nota.
Com 41 anos, perfil empreendedor e liberal, Feder é mestre em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e graduado em Administração pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Foi professor da Educação de Jovens e Adultos de matemática por dez anos e diretor de escola por oito anos. Também foi assessor voluntário da Secretaria da Educação do Estado de São Paulo.
Sem passagens por cargos eletivos, o ex-executivo atuava apenas nos bastidores. Ele doou R$ 120 mil para a campanha de João Dória (PSDB) à Prefeitura de São Paulo, em 2016. Com a quantia, foi o sétimo maior doador do candidato, hoje desafeto do presidente Jair Bolsonaro.
Mais notícias
-
Política
16h46 de 24 de abril de 2024
Novas regras do DPVAT devem ser votadas nesta quarta-feira (24)
Antes de ir ao Plenário, a proposta será analisada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ)
-
Política
16h27 de 24 de abril de 2024
Presidente reconhece blocos de Carnaval como manifestação da cultura
Lula também sancionou projetos com melhorias para trabalhadores de bibliotecas e museus, e na área do turismo
-
Política
16h14 de 24 de abril de 2024
Jerônimo autoriza restauração de 19 vias no Polo Industrial de Camaçari
Governador informou durante reunião com líderes empresariais e representantes locais
-
Política
15h59 de 24 de abril de 2024
Haddad se reúne com Lula para definir entrega de projeto da reforma tributária
Provavelmente haverá uma entrega antes da divulgação, em respeito ao Parlamento, diz ministro
-
Política
15h46 de 24 de abril de 2024
Jaques Wagner adia votação do novo DPVAT no Senado
O novo projeto de lei pode liberar um crédito de R$ 15,7 bilhões em créditos suplementares
-
Política
15h43 de 24 de abril de 2024
André Janones diz que rachadinha era ‘voluntária’ e alega perseguição
Defesa do parlamentar pede arquivamento do processo por quebra de decoro parlamentar no Conselho de Ética da Câmara
-
Política
15h41 de 24 de abril de 2024
Moraes diz que não há elementos de que Bolsonaro buscou asilo diplomático em embaixada
Estadia levantou suspeitas de que o ex-presidente poderia estar visando se proteger de investigações policiais
-
Política
15h11 de 24 de abril de 2024
Deputado prevê relatório em um mês para projeto de motoristas de app
Relator do projeto de motoristas de app, Augusto Coutinho prepara reunião com governo Lula
-
Política
15h09 de 24 de abril de 2024
Salvador está no ranking das cinco cidades mais visitadas por ministros de Lula
Já foram realizadas 1.600 viagens para a capital baiana desde o começo do terceiro mandato do presidente
-
Política
14h44 de 24 de abril de 2024
Leo Prates é eleito vice-presidente da Comissão de Trabalho e titular da Comissão de Orçamento
"Agradeço aos colegas deputados pela confiança no meu trabalho", disse deputado