Publicado em 29/07/2019 às 16h41.

Grupo de esquerda matou pai de presidente da OAB, sugere Bolsonaro

"Eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época. Não foram os militares que mataram ele, não", afirmou o presidente

Rodrigo Aguiar

Após reclamar de “fragmentos” publicados pela imprensa, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu, em transmissão na tarde desta segunda-feira (29) no Facebook, que o pai de Felipe Santa Cruz, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), foi executado por integrantes da Ação Popular (AP), grupo do qual fez parte durante a ditadura militar.

“Eles resolveram sumir com o pai do Santa Cruz. Essa é a informação que eu tive na época. Não foram os militares que mataram ele, não”, declarou Bolsonaro na transmissão, ao mesmo tempo em que cortava o cabelo.

Mais cedo, o chefe do Palácio do Planalto disse que “um dia, se o presidente da OAB quiser saber como é que o pai dele desapareceu no período militar, conto para ele”. A OAB se manifestou por meio de nota.

Ainda durante a transmissão, Bolsonaro afirmou que conseguiu as informações “com quem conversou” na época.

Segundo o presidente, membros da AP teriam ficado “estupefatos” por Fernando Santa Cruz conseguir localizá-los no Rio de Janeiro, vindo de Recife, e temiam ser descobertos.

“Ninguém duvida que havia justiçamentos. As pessoas da própria esquerda, quando desconfiavam de alguém, simplesmente executavam”, declarou.

“Não quero polemizar com ninguém, não quero mexer com os sentimentos do senhor Santa Cruz. Não tenho nada pessoal contra ele. Acho que ele está equivocado de acreditar em uma versão apenas. […] Essa é a minha versão, do contato que tive com quem participou ativamente do nosso lado naquele momento, para evitar que o Brasil se transformasse numa Cuba”, completou.

Conforme o colunista do G1 Matheus Leitão, Fernando Santa Cruz militou no movimento estudantil e participou da Juventude Universitária Católica (JUC) antes de integrar a AP.

Segundo o livro “Direito à memória e à verdade”, produzido pelo governo federal, Fernando e outro colega militante, Eduardo Collier Filho, foram presos juntos em Copacabana por agentes do DOI-CODI-RJ em 23 de fevereiro de 1974.

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