Publicado em 11/11/2015 às 11h05.

Levy tem prazo para sair e cresce pressão para Meirelles assumir

Reuters

O ministro da Fazenda, Joaquim Levy, tem “prazo de validade” no cargo, onde deve ficar até o final do ano, no máximo início de 2016, segundo duas fontes com conhecimento sobre o assunto ouvidas pela Reuters, e crescem as pressões sobre a presidente Dilma Rousseff para escolher o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles para substituí-lo.

“Não tem nenhum sentido o Levy sair agora… Mas tem prazo de validade”, afirmou um parlamentar governista, que pediu anonimato, lembrando que boa parte do pacote fiscal desenhado por Levy ainda está em tramitação no Congresso Nacional.

A pressão sobre a saída de Levy não é nova e vem também da direção do PT, mais precisamente do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do presidente da legenda, Rui Falcão, que apostam em Meirelles como a solução por considerá-lo mais “maleável”, segundo outra fonte.

A ideia é que, pelo seu perfil técnico, mas também político, Meirelles agradaria ao mercado financeiro mas também traria algum alento para os movimentos sociais que sustentam o PT. O ex-presidente do BC poderia negociar melhor no Congresso Nacional, que vive verdadeiro pé de guerra com Dilma, e poupar os programas sociais do governo, com destaque ao Bolsa Família.

Com as contas fiscais em xeque, já há proposta no Congresso de que haja corte de 10 bilhões de reais do Bolsa Família no Orçamento de 2016.

A cúpula do PT e de parte do Executivo está incomodada com o discurso “negativo” de Levy, com o mantra em torno de aumento de impostos e cortes de gastos para resolver a questão fiscal do país.

A presidente Dilma nunca escondeu que não gosta de Meirelles mas, segundo as fontes, estaria sendo convencida de que ele seria a solução para o atual momento, com o país em recessão e inflação na casa dos 10 por cento.

“(A presidente Dilma)já entendeu que não dá, vão-se os anéis e ficam os dedos”, afirmou o parlamentar. “Ela está nas cordas.”

Meirelles foi o presidente do BC mais longevo da história do país, tendo permanecido no cargo nos dois mandatos de Lula, de 2003 a 2010.

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