Levi Vasconcelos é jornalista político, diretor de jornalismo do Bahia.ba e colunista de A Tarde.
Na lista da Odebrecht, a pretensão de mostrar que todos são corruptos
A tal lista só tem uma serventia: atender aos esforços do PT de provar que não são apenas entre eles que estão os corruptos, mas em todos os partidos
Frase da vez
“Uma mentira dá uma volta inteira ao mundo antes mesmo de a verdade ter oportunidade de se vestir.”
Winston Churchil
Primeiro-ministro que governou a Inglaterra na II Guerra Mundial (1874-1975)
Na lista da Odebrecht, a pretensão de mostrar que todos são corruptos
O Fantástico, programa da Globo, exibiu neste domingo (27) uma reportagem com Conceição Andrade, que atuou durante 11 anos no departamento financeiro da Odebrecht. Ela disse ter uma lista de 1988 com mais de 500 nomes que recebiam propinas.
Entre eles ex-ministros, ex-governadores, ex-prefeitos, senadores e deputados, relacionados a obras em que supostamente houve pagamento de propina.
Em setembro do ano passado, ela entregou o documento ao deputado Jorge Solla (PT-BA), que o repassou à CPI da Petrobras.
A própria reportagem lembrou: juristas afirmam que, mesmo havendo crime, eles já estariam prescritos.
Então, a tal lista só tem uma serventia: atender aos esforços do PT de provar que não são apenas entre eles que estão os corruptos, mas em todos os partidos e em todos os tempos.
Ok. Admitindo-se a premissa como verdadeira, mais uma vez os petistas esbarram no seu velho calcanhar de Aquiles: se sabia, ao invés de encarar o problema e construir novas regras, entrou de sola no esquemão.
O castigo deveria ser dobrado.
Imbassahy
Antonio Imbassahy, ex-prefeito de Salvador, hoje deputado federal e líder do PSDB na Câmara, é citado em uma lista da Odebrecht de 1980, com o codinome “Almofadinha”.
Ele nega, óbvio. Viu o fato como “tentativa torpe” de envolver seu nome num processo criminoso, “protagonizado pelo governo e seus apadrinhados”.
O nome dele estaria relacionado à obra da barragem de Pedra do Cavalo, quando Imbassahy era, à época, secretário de Saneamento da Bahia.
Dia D no PMDB
O governo, tendo Lula à frente, auxiliado pelos sete ministros do PMDB, tenta de tudo para evitar que o partido abandone o governo no encontro de amanhã.
A tendência maior é sair, mas o governo conta, além dos ministros, com o presidente do Senado, Renan Calheiros.
O governo já avisou: se o partido sair, quer os cargos. O líder do partido na Câmara, Leonardo Picciani ((PMDB-RJ), que já foi eleito peitando a oposição dentro do partido, vê como natural o movimento do governo, mas defende “tolerância” aos ministros do partido que optarem por apoiar individualmente a presidente Dilma.
Ou seja, confessa que a possibilidade do rompimento é real.
A questão é que os defensores do rompimento defendem tolerância zero para quem ficar no governo em nome do partido.
Conselho amigo
Rui Costa tem sido aconselhado por amigos a planejar o governo com a possibilidade de Dilma estar fora do Planalto.
Dizem eles que a situação da presidente é muito ruim. E o impeachment é politicamente bem possível.
Do ponto de vista do governo, o medo é travar projetos em andamento.
Custos estimados
O cálculo do limite de gastos nas eleições deste ano vai ser com base nos gastos declarados em campanhas anteriores.
Aliás, a Justiça já determinou os limites que cada candidato poderá gastar.
Em Valença, por exemplo, município com mais de 100 mil habitantes e 60 mil eleitores, o máximo é R$ 175 mil.
Todo mundo acha pouquíssimo.
Família feliz
O deputado Robério Oliveira (PSD) vive um dilema bastante singular: a esposa, Cláudia Oliveira, é prefeita em Porto Seguro e vai disputar a reeleição. O cunhado, Agnello Júnior, lidera as pesquisas em Santa Cruz Cabrália e ele próprio vem sendo pressionado a disputar a Prefeitura de Eunápolis, que já governou de 2005 a 2012. Ele diz que não tem muito para onde correr: “A pressão é grande”.
Traduzindo: os três sairão candidatos.
Precedente
Na Bahia, já tem precedente similar. De 1989 a 1992, Adalberto Pinto em Medeiros Neto, Francistônio Pinto em Teixeira de Freitas e Ubaldino Pinto, o Baiano, em Porto Seguro, três irmãos, foram prefeitos simultaneamente.
Beto Pinto se elegeria mais duas vezes e Baiano voltou a se eleger, mas em Cabrália.
Quem matou Marcus Matraga?
Dia 4 de abril vai fazer dois meses do assassinato do professor Marcus Vinícius, ou Marcus Matraga, como chamavam, e até agora a polícia não deu respostas.
É certo que foi crime de mando devidamente planejado: uma quinta-feira de carnaval, ele estava em casa, em Pirajuia, Jaguaripe, foi chamado a socorrer uma amiga, imediatamente sequestrado, levou um tiro na cabeça.
A jornalista Heloísa Alice, que mora em Belo Horizonte (Marcus era mineiro) se diz preocupada com o que acha ser pouco caso: “Nós temos informações que o suspeito circula livremente. E ninguém faz nada”.
Socorro industrial
O deputado Nelson Leal (PSL) está articulando na Assembleia a formação de uma frente parlamentar em defesa da indústria. Diz ele que está buscando colegas mais afinados com um mix de oito segmentos e estabelecer as conexões nacionais: “O bom desempenho que o IBGE apresentou em janeiro está associado à indústria de petróleo e gás, que entre nós está na base do balança, mas não cai, mais para cair”.
A ideia bateu bem na Fieb. Em tempos de vacas magras, qualquer ajuda é boa. Deputado não governa, mas faz barulho.
Grampolândia em debate
As Polêmicas Contemporâneas que o professor Nelson Pretto toca na Faculdade de Educação da Ufba vão ter uma rodada bem atual (e oportuna) hoje às 18h: Privacidade, escutas telefônicas e direitos do cidadão. Na mesa, advogados, técnicos de segurança e especialistas em grampolândia, pelos lados da tecnologia da informação e legislação,
Na mesa, o professor Sérgio Amadeu, da UFABC, que gravou um depoimento em vídeo especialmente para o debate, o advogado Thiago Tavares, fundador da SaferNet e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, os professores da Ufba Messias Bandeira, diretor do IHAC, e Wilson Gomes, titular da Facom, a advogada Ana Beatriz Lisboa Pereira Melo e o técnico de segurança da informação, Franklin De Souza Lira.
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